Muro pintado em Buenos Aires mostra caricatura do juiz americano Thomas Griesa e abutres: governo fechou acordo com mais 10 credores (Juan Mabromata/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2016 às 21h43.
Nova York - A Argentina chegou a novos acordos no valor de US$ 6,7 milhões com dez credores em Nova York como parte do litígio judicial pelo pagamento dos bônus da dívida do país que é tratado nos Estados Unidos, anunciou nesta sexta-feira o advogado Daniel Pollack, mediador designado pelo juiz federal Thomas Griesa.
Os fundos e credores individuais que chegaram a um acordo de pagamento com a Argentina são, segundo Pollack, Tortus Capital II, Tortus Capital III, Biagini, Vefling, Schivardi (2), Piol, Ercolani, Beltramo e Settin.
Os pactos se baseiam nas mesmas condições de pagamento que o restante dos já estipulados e aceitos pela maioria dos credores: a derrubada, pelo Congresso da Argentina, da Lei do Ferrolho e da Lei de Pagamento Soberano, assim como a suspensão das medidas cautelares que impediam o país de realizar os pagamentos, já ordenada por Griesa.
Griesa suspendeu nesta quarta-feira, com algumas condições, as medidas cautelares contra a Argentina para que o país possa pagar aos chamados fundos "abutres", credores que não aceitaram as reestruturações da dívida do país em 2005 e 2010 e com os quais mantém um litígio desde 2001.
A suspensão decidida por Griesa só será efetivada quando o Congresso argentino derrubar a Lei do Ferrolho e a Lei de Pagamento Soberano, que bloqueavam acordos como este.
A primeira impede que o país volte a negociar com os credores e melhore a oferta feita aos mesmos em 2005 e 2010, e a segunda alterou a sede dos pagamentos de Nova York para Buenos Aires.
A Argentina e vários fundos de investimento credores assinaram um princípio de acordo que abre o caminho para resolver uma disputa judicial que já dura 15 anos.
O mediador Pollack anunciou na segunda-feira que os meses de negociações tiveram como resultado um pacto que fixa em US$ 4,653 bilhões o que a Argentina deverá pagar a quatro fundos especulativos. EFE