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Nobel da Paz comprova: este é o ano das mulheres

A academia apontou dois vencedores unidos na luta contra violência a mulheres

NADIA MURAD: venceram o médico congolês Denis Mukwege e a ativista iraquiana (Alkis Konstantinidis/File Photo/Reuters)

NADIA MURAD: venceram o médico congolês Denis Mukwege e a ativista iraquiana (Alkis Konstantinidis/File Photo/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2018 às 06h26.

Última atualização em 5 de outubro de 2018 às 08h27.

Foram anunciados na manhã desta sexta-feira (5) os vencedores do Prêmio Nobel da Paz, pelo comitê do Nobel, em Oslo. O anúncio surpreendeu as casas de apostas, que davam favoritismo aos líderes da Coreia do Sul e do Norte pelos encontros recentes que esfriaram o clima na península coreana.

A academia apontou dois vencedores unidos na luta contra violência a mulheres. Venceram o médico congolês Denis Mukwege e a ativista iraquiana Nadia Murad. Mukwege se destacou na ajuda a mulheres vítimas de violência sexual no Congo. Murad foi sequestrada pelo estado islâmico em 2014 e depois se tornou ativista pelo direito das mulheres sobretudo no Oriente Médio.

O Nobel deste ano já havia nomeado duas mulheres, na Química e na Física. Agora, na Paz, a academia norueguesa reforça o peso feminino nesta edição dos prêmios não só com uma premiada como com uma temática em defesa das mulheres do mundo todo.

Segundo o comitê, neste ano foram 331 indicados —216 pessoas e 115 grupos ou organizações—, o segundo maior número de candidatos na história do prêmio, criado em 1901. O recorde foi em 2016, com 376 nomeados —a organização não revela a lista de indicados por um período de 50 anos. Desde sua criação, o Nobel já foi concedido a 131 laureados –apenas 16 mulheres.

Os líderes coreanos, Kim Jong-Un, da Coreia do Norte, e Moon Jae-in, da Coreia do Sul eram os mais cotados por casas de apostas britânicas para receber a honraria, que é acompanhada por uma recompensa equivalente a 1,1 milhão de dólares (3,4 milhões de reais).

O segundo mais cotado pelas casas de aposta do Reino Unido era o presidente americano Donald Trump por sua contribuição e liderança no processo de reaproximação entre as duas Coreias, visando uma desnuclearização da península. Ele foi sugerido por senadores republicanos e por dois parlamentares noruegueses. Professores de algumas disciplinas, ex-ganhadores do Nobel, parlamentares, ministros e premiês estão entre os que podem sugerir nomes aos organizadores.

Na lista das casas de aposta estavam ainda o Papa Francisco, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a União Americana pelas Liberdades Civis, a chanceler alemã Angela Merkel e o ex-técnico da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) Edward Snowden.

No ano passado, a Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares (Ican), uma iniciativa da sociedade civil, foi a vencedora do prêmio que, recentemente, decidiu manter o Nobel da Paz dado a Aung San Suu Kyi, que hoje lidera o governo de Mianmar, acusado de se omitir nas execuções em massa de muçulmanos rohingyas, impetradas pelos militares do país.

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