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Papa afirma que "ideologias terminam mal e não servem"

Segundo o pontífice, no passado as ideologias terminaram em ditaduras, pensam pelo povo e não deixam o povo pensar


	Papa Francisco: "a corrupção é a traça. É a gangrena de um povo"
 (Alberto Pizzoli/AFP)

Papa Francisco: "a corrupção é a traça. É a gangrena de um povo" (Alberto Pizzoli/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2015 às 20h51.

Assunção - O papa Francisco criticou neste sábado as ideologias que, segundo disse, "terminam mal" e têm "uma relação doentia com o povo", em seu discurso aos representantes da sociedade civil do Paraguai, última etapa de sua viagem pela América Latina.

"As ideologias terminam mal, não servem, as ideologias têm uma relação ou incompleta ou doentia com o povo. As ideologias não assumem o povo", declarou Francisco no estádio Leon Condou, no qual estava presente o presidente do Paraguai, Horacio Cartes.

"No século passado as ideologias terminaram em ditaduras, pensam pelo povo, mas não deixam o povo pensar", acrescentou.

Em discurso apaixonado e em parte improvisado, e que foi interrompido em várias ocasiões por aplausos, o papa fez referência a alguém que pediu sua intercessão por "um soldado que estava sequestrado pelo exercito".

Entre os paraguaios se comentou que ele pode ter se referido ao policial sequestrado há quase um ano pelo grupo guerrilheiro Exército do Povo Paraguaio (EPP).

"Eu não sei se é verdade, se é justo ou não é justo, mas um dos métodos que tinham as ideologias às que me referia era a de separar as pessoas com o exílio, com a prisão, com os campos de extermínio, nazistas ou stalinistas", declarou o papa, para em seguida pedir "julgamentos rápidos e claros".

Outro dos temas abordados por Francisco após ouvir as perguntas que feitas seis pessoas (camponeses, indígenas, uma empresária e um político) foi a "chantagem", sobre a qual disse ser "uma forma de corrupção e "que também deixa as pessoas sem liberdade".

"A corrupção é a traça. É a gangrena de um povo", disse, arrancando fortes aplausos, antes de concluir que "nenhum político pode cumprir seu papel se está sendo chantageado". 

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