O presidente dos EUA, Donald Trump (D), olha para o presidente chinês, Xi Jinping, durante a sessão plenária na Cúpula do G20 em 7 de julho de 2017 em Hamburgo, Alemanha (Mikhail Svetlov/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 26 de novembro de 2024 às 08h26.
Última atualização em 26 de novembro de 2024 às 08h27.
Ninguém vai sair vendedor em uma guerra comercial, nem os Estados Unidos e nem a China. A afirmação foi feita pela embaixada chinesa em Washington depois que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ameaçar impor tarifas adicionais de 10% sobre todas as importações de produtos chineses quando assumir o cargo em 20 de janeiro.
Em um comunicado, Liu Pengyu, porta-voz da Embaixada da China, disse, ao comentar a questão das tarifas dos EUA sobre a China, que o governo chinês acredita que ''a cooperação econômica e comercial entre China e EUA é, por natureza, mutuamente benéfica".
"Ninguém vai ganhar uma guerra comercial ou uma guerra tarifária", disse Liu, ressaltando que a China tomou medidas para combater o tráfico de drogas após um acordo alcançado no ano passado entre os presidentes Joe Biden e Xi Jinping.
"O lado chinês notificou o lado americano sobre os progressos realizados nas operações de aplicação da lei relacionadas aos EUA contra narcóticos", afirmou Liu.
Em publicações em sua rede social Truth na segunda-feira, Trump afirmou que a China não cumpriu as promessas de instituir a pena de morte para traficantes de fentanil, escrevendo que “as drogas estão entrando em nosso país, principalmente pelo México, em níveis nunca vistos antes”.
“Até que parem, cobraremos da China uma tarifa adicional de 10%, acima de qualquer tarifa adicional, sobre todos os seus muitos produtos que entram nos Estados Unidos da América”, disse Trump.
Os Estados Unidos, onde o abuso de fentanil tem sido uma das principais causas de morte, pressionaram a China por uma aplicação mais rigorosa da lei, incluindo o combate ao financiamento ilícito e a imposição de controles mais rígidos sobre os produtos químicos.
Reportagem da Reuters lembra que, em junho, o principal procurador da China determinou que seus oficiais de segurança se concentrassem no combate ao tráfico de drogas, ao mesmo tempo que Pequim e Washington anunciaram uma rara investigação conjunta sobre drogas.
Já em agosto, poucos dias após uma reunião de um grupo de trabalho conjunto sobre narcóticos, a China afirmou que reforçaria os controles sobre três produtos químicos essenciais para a fabricação de fentanil.
Além de anunciar a tarifa adicional aos produtos chineses, em outra postagem, Trump também se comprometeu a impor uma tarifa de 25% sobre “todos os produtos” do México e do Canadá, afirmando que assinaria uma ordem executiva nesse sentido no seu primeiro dia no cargo.
"Como todos sabem, milhares de pessoas estão atravessando o México e o Canadá, trazendo crime e drogas em níveis nunca vistos antes", escreveu ele. "Esta tarifa permanecerá em vigor até que as drogas, em particular o fentanil, e todos os imigrantes ilegais parem esta invasão de nosso país!"