Mundo

Netflix faz documentário sobre múmias que emergiram no deserto

Produção mostra saga de arqueólogos para encontrar sarcófagos; tumbas foram abertas pela primeira vez em 4.400 anos

Múmias descobertas no Egito são tema de produção da Netflix (divulgação/Divulgação)

Múmias descobertas no Egito são tema de produção da Netflix (divulgação/Divulgação)

CA

Carla Aranha

Publicado em 29 de outubro de 2020 às 13h57.

Última atualização em 29 de outubro de 2020 às 15h18.

As tumbas de mais de 4.000 anos encontradas intactas em meio ao deserto no Egito, em um local que já foi uma necrópole, instigaram os arqueólogos a redobrar os esforços para descobrir mais relíquias escondidas na areia. Uma produção da Netflix, que acaba de ser lançada, mostra essa saga, que contou até com múmias escondidas em poços e um filhote de leão embalsamado.

Já foram descobertas 59 múmias no local, muitas envoltas em fitas funerárias negras e brancas, em um sistema de embalsamento que preservou os corpos por milênios. Descrições sobre a origem das múmias, escritas em hieróglifos nas paredes da tumba, ajudaram os especialistas a desvendar sua origem.

A peripécia deu origem ao documentário Os Segredos de Saqqara, produzido pela Netflix.

Uma tumba especialmente preservada, com as pinturas e estátuas originais, chama a atenção dos especialistas durante a filmagem. Mas é preciso descer em poços fundos, cavados embaixo da terra há quatro milênios, para chegar até as múmias.

Escondidas nos poços, livres dos efeitos da umidade e do calor, as múmias estão muito bem preservadas. Há uma família inteira embalsamada, junto com animais de estimação. Um deles surpreende. É um filhote de leão, com os pelos bem visíveis.

Conforme as descobertas avançam, o time de especialistas aumenta. São chamados paleontólogos para desvendar a infinidade de múmias de animais encontradas no local. Pequenas estátuas de gatos de 4.400 anos são cuidadosamente transportadas.

“Precisamos entender que os antigos egípcios acreditavam que a tumba era o ponto de partida para poder ir e voltar do mundo dos mortos, tendo junto de si aqueles que amava e seus bens mais preciosos”, explica o egiptólogo Mohammad Yousef. A equipe descobre as múmias do dono da tumba, um oficial sênior da quinta dinastia dos faraós.

Os sarcófagos foram abertos pela primeira vez em mais de 4.400 anos. Houve até uma cerimônia especial, que contou com a presença de diplomatas e representantes do governo do Egito, para a abertura de uma delas.

As múmias estão extremamente bem preservadas. Muitas foram encontradas empilhadas em um dos poços descobertos pelos arqueólogos, e viram a luz pela primeira vez em setembro e outubro deste ano. A expedição arqueológica continua.

 

Acompanhe tudo sobre:ArqueologiaCairoEgitoGatosLeãoOriente Médio

Mais de Mundo

Maduro diz que libertações após crise eleitoral buscam 'justiça'

Tribunal de Hong Kong condena 45 ativistas pró-democracia

França 'não está isolada' em oposição a acordo UE-Mercosul, diz Macron

Trump nomeia mais um apresentador da Fox News para o governo