Netanyahu vai à Europa buscar aliados contra acordo com Irã
O primeiro ministro de Israel irá se reunir com líderes da Alemanha, França e Reino Unido, começando hoje com Angela Merkel
Da Redação
Publicado em 4 de junho de 2018 às 05h18.
Última atualização em 4 de junho de 2018 às 08h21.
O primeiro ministro de Israel , Binyamin Netanyahu, chega nesta segunda-feira à Europa com uma agenda voltada a discutir o Irã . Ele se reunirá durante a semana com líderes de Alemanha , França e Reino Unido , começando hoje pela chanceler alemã, Angela Merkel . Netanyahu deve pedir ajuda dos aliados para tirar forças iranianas que atualmente estão empregadas no conflito na Síria , além de tentar discutir o que fazer com o acordo nuclear firmado com o país.
Israel, sob o governo do primeiro ministro, sempre foi um país contrário ao Acordo Nuclear com o Irã, firmado em 2015 e que em maio sofreu um forte baque com a debandada dos Estados Unidos do grupo de signatários. Agora, Netanyahu planeja trazer novas perspectivas para os europeus e tentar emplacar pautas que sempre defendeu, como bloquear totalmente as aspirações nucleares e balísticas do Irã. O desafio é justamente convencer Merkel, além da primeira ministra britânica Theresa May e do presidente francês Emmanuel Macron , a deixar o antigo acordo para trás e ir em busca de um novo — para ele, preferencialmente mais restritivo.
“Eu irei discutir maneiras de bloquear o programa nuclear iraniano e a expansão militar do país no Oriente Médio”, disse Netanyahu antes de viajar. O primeiro ministro rejeita a tese de que o acordo nuclear de 2015 era o que impedia o país de desenvolver uma bomba nuclear, e argumenta que o fim das sanções econômicas permitiu que mais dinheiro fosse para o Irã, o que levou o país a aumentar sua força militar, em especial na Síria.
De acordo com diplomatas europeus, Merkel, May e Macron ainda estão esperando que israelenses e americanos apresentem uma solução para lidar com o programa nuclear iraniano melhor do que o antigo acordo firmado na gestão de Barack Obama . É uma situação que escancara a estratégia diplomática de Donald Trump na Casa Branca, marcada por abandonar tratados, mesmo que seja para pular no vazio. Netanyahu vai tentar convencer os europeus de que, neste momento, o vazio é a melhor alternativa. Vai ser difícil colar.