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Netanyahu promete aumentar pressão sobre o Hamas após bombardeios contra norte, sul e centro de Gaza

Defesa Civil de Gaza, ligada ao Hamas, afirma que 44 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, a maioria delas em um bombardeio a uma escola da ONU; Israel confirma ataques

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel (Jacquelyn Martin/Getty Images)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 16 de julho de 2024 às 15h11.

O primeiro-ministro de Israel , Benjamin Netanyahu, prometeu nesta terça-feira aumentar ainda mais a pressão sobre o Hamas, após uma série de bombardeios deixar ao menos 44 mortos, de acordo com a Defesa Civil de Gaza. Ao menos um dos ataques lançados pelas tropas israelenses aconteceu contra uma escola da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA), que Israel acusa de colaborar com a administração do Hamas no enclave palestino.

— O Hamas está sob pressão. Sofre uma pressão constante porque estamos lhes causando dano, eliminamos seus alto comandantes e milhares de seus terroristas. É exatamente o momento de aumentar ainda mais a pressão — declarou Netanyahu durante um evento oficial em Jerusalém.

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nesta terça-feira, de acordo com a Defesa Civil palestina. O porta-voz Mahmud Basal afirmou que "três massacres" ocorreram com menos de uma hora de diferença, provocando a morte de 44 pessoas e deixando outras dezenas de feridos.

Os ataques miraram as faixas sul, central e norte do enclave palestino. Um deles atingiu uma área perto de um posto de gasolina em al-Mawasi, a oeste de Khan Younis, que recebeu milhares de refugiados no sul. A escola da ONU bombardeada ficava em Nuseirat, na região central de Gaza. O outro bombardeio atingiu a cidade de Beit Lahia, no norte.

O Exército israelense confirmou ter bombardeado a escola da UNRWA, argumento que "terroristas ativos" estariam abrigados no local. De acordo com as Forças Armadas de Israel, o Hamas "aproveita as estruturas civis e [usa] a população como escudo humano".

A contagem de mortos nos bombardeios desta terça permanece incerto. A Defesa Civil palestina deu o número de 44 mortos, sendo 23 deles na escola em Nuseirat, 17 em al-Mawasi e quatro em Beit Lahia. O Crescente Vermelho palestino havia informado sobre 15 mortes na escola da ONU, que disse abrigar "milhares de pessoas deslocadas" pelo conflito. O Hospital Indonésio, no norte, confirmou o número de mortos em Beit Lahia.

O Hospital al-Awada comunicou ter recebido pelo menos 48 feridos provenientes da escola bombardeada — o serviço de imprensa do Hamas afirmou que 73 pessoas ficaram feridas, sem detalhar quantas precisaram de atendimento médico. O Crescente Vermelho, em um comunicado a parte disse que suas equipes atenderam seis feridos

Os ataques desta terça-feira indicam uma continuidade das duras ações ostensivas de Israel do fim de semana. No sábado, o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, afirmou que 90 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas durante um bombardeio ao campo de refugiados de al-Mawasi. A região havia sido designada por Israel em maio como uma zona humanitária.

As Forças Armadas israelenses confirmaram que ação tinha como alvo o líder da ala militar do Hamas, Mohammad Deif, e Rafa Salameh, "mentores do massacre de 7 de outubro", que desencadeou a guerra em Gaza. O Hamas, por sua vez, emitiu um comunicado afirmando que as alegações são "falsas", e que Deif não teria sido atingido.

As ações israelenses em Gaza têm causado preocupação internacional, incluindo de aliados como os EUA. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou na segunda-feira ao ministro das Relações Estratégicas de Israel, Ron Dermer, e ao conselheiro de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, que o número de vítimas civis em Gaza seria "inaceitavelmente elevado".

Guerra de vingança

O ministro palestino Qadoura Fares, que dirige o Departamento de Assuntos dos Detidos, acusou Israel de travar uma "guerra de vingança" contra os palestinos encarcerados durante a guerra em Gaza, denunciando o uso generalizado de tortura. Em uma declaração na segunda-feira, ele afirmou que os prisioneiros mantidos em Israel seriam tratados como "reféns".

— Israel trava uma guerra de vingança contra os prisioneiros dentro dos muros das prisões e dos centros de detenção — disse o ministro em uma coletiva de imprensa em Ramallah, sede da Autoridade Nacional Palestina na Cisjordânia.

O advogado do departamento palestino, Khaled Mahajneh, denunciou atos de tortura, incluindo "estupros" e violência "psicológica" contra os detidos, de acordo com os relatos dos presos de Gaza que ele visitou na prisão militar israelense de Ofer, na Cisjordânia. Consultado pela AFP, o Exército israelense disse que "rejeita categoricamente as denúncias sobre maus-tratos sistemáticos de presos" na Faixa de Gaza.

Mahajneh citou o testemunho do jornalista Mohammed Arab, do jornal em inglês Al Araby Al Jadeed, que contou que no centro de detenção de Sde Teiman, no sul de Israel, viu um prisioneiro forçado pelos carcereiros a "deitar-se de bruços completamente nu, e então introduziram uma mangueira de extintor em seu ânus e ativaram o aparelho".

O mesmo jornalista disse ter presenciado a morte de um preso que foi espancado enquanto estava algemado porque buscava atendimento médico, segundo o advogado.

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