Terrorismo: Netanyahu acrescentou que as ações de terroristas judeus são "marginais e não representam o movimento sionista religioso" (Mohamad Torokman / Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de dezembro de 2015 às 13h56.
Jerusalém - O secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, criticou nesta segunda-feira a distinção feita ontem pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, entre o terrorismo judeu e o palestino.
"O senhor Netanyahu afirma que o assassinato de qualquer ser humano cometido por um judeu não é comparável ao assassinato de um judeu por um não judeu", indicou Erekat em comunicado divulgado pelo Departamento de Negociações da OLP.
Erekat disse que essa afirmação "provavelmente é a razão pela qual os terroristas que assassinaram a família Dawabshe ainda não foram detidos e que a família Abu Jdeir siga esperando um veredicto para o terrorista que queimou vivo seu filho de 16 anos, Mohammed".
A referência no primeiro caso foi aos três falecidos em um incêndio premeditado, incluído um bebê de 18 meses e seus pais, da família Dawabshe, que também deixou um irmão de quatro anos gravemente ferido na cidade palestina de Duma, na Cisjordânia o passado 31 de julho, um atentado atribuído a extremistas judeus.
E no segundo, ao sequestro e assassinato no verão de 2014 do adolescente palestino Mohammed Abu Jdeir, queimado vivo por três radicais judeus, dois menores de idade e um adulto que ainda enão foram julgados.
O responsável da OLP acusou Israel, "a potência ocupante, de empregar continuamente o terrorismo contra o povo palestino", e pediu à comunidade internacional que "assuma sua responsabilidade e proteja o povo palestino e deixar de tratar Israel como um estado acima da lei".
Netanyahu rejeitou no domingo a comparação entre o terrorismo judeu e o palestino, por causa da polêmica suscitada por um vídeo em que jovens judeus celebram a morte de um bebê palestino em um incêndio premeditado.
"Há uma diferença", disse no início da reunião de seu gabinete de ministros, antes de afirmar que os israelenses "condenam e eles (os palestinos) aclamam".
Netanyahu acrescentou que as ações de terroristas judeus são "marginais e não representam o movimento sionista religioso".
Suas declarações repercutiram a divulgação, na quinta-feira, de um vídeo que mostrou jovens radicais judeus em um casamento celebrando com armas e esfaqueando a foto do bebê de 18 meses assassinado junto com seus pais em Duma.