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Nestes países, a fama de Donald Trump não é muito boa

Uma pesquisa realizada pelo Pew Research Center em 16 países mostrou que 85% dos europeus não confiam na competência do pré-candidato do Partido Republicano

Donald Trump: muitos países europeus não confiam que empresário fará um bom trabalho nas relações exteriores se presidente dos EUA (Jeff J Mitchell / Staff)

Donald Trump: muitos países europeus não confiam que empresário fará um bom trabalho nas relações exteriores se presidente dos EUA (Jeff J Mitchell / Staff)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 30 de junho de 2016 às 12h19.

São Paulo – Magnata, famoso e polêmico, Donald Trump vive dias de glória nas eleições americanas. Embora por muito tempo tenha sido visto como o pré-candidato duvidoso do Partido Republicano nas prévias, o empresário virou o jogo a seu favor e passou de improvável para possível candidato republicano à presidência dos Estados Unidos (EUA).

Fora do país, no entanto, a fama de Trump não é das melhores. É o que constatou uma pesquisa divulgada nesta semana pelo Pew Research Center, uma organização independente dedicada ao estudo de acontecimentos políticos, sociais e econômicos.

Essa pesquisa foi conduzida entre os dias 4 de abril e 29 de maio e entrevistou 20 mil pessoas em 16 países. De acordo com os resultados, em metade dos locais consultados, a confiança de que Trump fará um bom trabalho quando o tema são as relações externas dos EUA é mínima. No Canadá, por exemplo, a reprovação do magnata chega a 80%.

Entre os países europeus, 85% dos entrevistados disseram desconfiar da competência do pré-candidato republicano. Na Suécia, por exemplo, essa percentagem está no patamar de 92%. Na Alemanha 89% e na Holanda 88%.

A reprovação de Trump na Europa não é totalmente sem razão. Há algumas semanas, o pré-candidato apresentou sua plataforma de política externa, caso seja eleito, e foi criticado pela postura beligerante e pelo discurso isolacionista.

O magnata foi especialmente crítico em relação ao papel dos aliados na Otan. Na ocasião, disse que os países-membros, em sua maioria europeus, não estariam fazendo a sua parte nas contribuições financeiras e humanas para a organização. “Os países que defendemos devem pagar os custos disso. Senão, os EUA devem se preparar para que os deixem se defender sozinhos”, disse.

Na Oceania e Ásia, a situação do empresário tampouco é boa. 87% dos australianos entrevistados manifestaram desconfiança em relação ao empresário e, entre os japoneses, 82%. Na China, explica o Pew, 40% das pessoas disseram não confiar em Trump, ao passo que 39% preferiram não opinar.

Hillary Clinton

A pesquisa teve como objetivo investigar a imagem que os estrangeiros têm das políticas externas dos Estados Unidos e avaliou como a confiança, ou falta dela, que essas pessoas têm não só em Trump, mas também em sua possível rival pelo Partido Democrata e ex-secretária de Estado Hillary Clinton.

Embora ela seja vista favoravelmente em comparação com o republicano, seus índices de aprovação são menores que os registrados pelo atual presidente americano Barack Obama. Na Europa, 77% dos entrevistados disseram confiar em Obama, enquanto 59% expressaram essa opinião sobre Hillary.

E é na Suécia o país onde ela recebe o maior voto de confiança, com o apoio de 83% dos entrevistados. Em seguida está a Alemanha, onde Hillary é bem vista por 79%, seguida da Holanda, com 76%.

Eleições

Em solo americano, a disputa entre Trump e Hillary para o pleito final em novembro promete ser acirrada. Os dois pré-candidatos devem ser oficializados como candidatos de seus respectivos partidos após as convenções nacionais que acontecem no final de julho.

Por enquanto, os resultados das pesquisas de opiniões nos EUA são inconstantes. Nesta semana, uma delas, divulgada pela agência de notícias AFP, mostrava Hillary com 42% da preferência dos eleitores e Trump com 40%.

Segundo a análise, 61% dos eleitores consideram que essas eleições “aumentaram o nível de preconceito e ódio” no país e dois terços deles atribuem essa sensação a campanha conduzida por Trump. A maioria deles também disse crer que nenhum deles é um bom candidato. 

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