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Negociadores do Brexit miram acordo na próxima semana

Fontes também alertaram que ainda há risco de as negociações não irem em frente. Os dois lados ainda estão um pouco distantes

Bandeira da União Europeia com um furo no meio, fazendo alusão à saída do Reino Unido: obstáculos têm afetado as conversas desde o início em março (Christopher Furlong/Getty Images)

Bandeira da União Europeia com um furo no meio, fazendo alusão à saída do Reino Unido: obstáculos têm afetado as conversas desde o início em março (Christopher Furlong/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 17 de novembro de 2020 às 10h36.

Última atualização em 17 de novembro de 2020 às 10h51.

O Reino Unido e a União Europeia podem chegar a um acordo sobre sua futura relação comercial e de segurança no início da semana que vem, enquanto os dois lados se aproximam de um pacto sobre os principais pontos de conflito.

Enquanto as negociações continuam em Bruxelas, as autoridades se planejam para a possibilidade de um anúncio na segunda-feira, embora nenhum dia preciso tenha sido definido, disseram pessoas a par das discussões.

Essas pessoas também alertaram que ainda há risco de as negociações não irem em frente. Os dois lados ainda estão um pouco distantes em relação aos conhecidos obstáculos que têm afetado as conversas desde o início em março. Fechar um acordo ainda exigirá que o Reino Unido tome grandes decisões políticas sobre se está preparado a se comprometer, especialmente no espinhoso tópico do acesso às águas de pesca britânicas, disse uma autoridade da UE.

O principal negociador do bloco para o Brexit, Michel Barnier, se reunirá com os 27 embaixadores nacionais da UE na sexta-feira para informá-los sobre os avanços, disse a autoridade. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, pode então falar novamente por telefone com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, mas isso ainda não foi confirmado, disse a fonte.

As equipes de negociação agora podem ver “as zonas de aterrissagem” em torno de um acordo, disse o primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, no Bloomberg New Economy Forum.

“Politicamente prejudicial”

Não fechar um acordo seria “politicamente prejudicial para todos”, disse Martin. “Será tomada uma decisão em Londres de ir em frente e dizer: vamos fechar um acordo? Alguns de nós acham que é uma questão que ainda precisa ser determinada.”

Além da pesca, as duas partes ainda estão em desacordo sobre a igualdade de condições para empresas, incluindo como as normas trabalhistas e ambientais do Reino Unido devem evoluir juntamente com as da UE. Também há discordância sobre como as violações do acordo geral devem ser penalizadas. O Reino Unido resiste aos esforços do bloco para incluir a pesca no mecanismo de cumprimento mais amplo.

Ambos os lados usaram a pressão do tempo para tentar fazer com que o outro cedesse, mas à medida que a saída do Reino Unido do mercado único e da união aduaneira da UE em 31 de dezembro se aproxima, os prazos reais começam a se cristalizar.

Embora ambos os lados precisem ratificar o acordo em seus respectivos parlamentos, o governo britânico acredita que tem vantagem porque pode obter aprovação mais rapidamente do que o bloco, possivelmente em questão de dias.

O Parlamento Europeu indicou que precisa de cerca de três semanas para examinar qualquer acordo antes de realizar uma votação, atualmente agendada para 16 de dezembro. Mas há planos de emergência para que isso aconteça após o Natal, se necessário, disse a autoridade.

--Com a colaboração de Peter Flanagan e Dana El Baltaji.

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