Jerusalém: expectativa era de que novo governo americano pudesse levar a questão adiante (David Silverman/Getty Images)
EFE
Publicado em 2 de abril de 2017 às 09h31.
Jerusalém, 2 abr (EFE).- As conversas entre Israel e Estados Unidos sobre o futuro da colonização judaica no território ocupado da Cisjordânia e Jerusalém Oriental foram suspensas pela impossibilidade de se chegar a um acordo formal, informou neste domingo a rádio pública israelense.
Segundo este meio, os contatos que tinham começado em meados de fevereiro e que estão sob a direção pessoal do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o enviado especial do presidente Donald Trump, Jason Greenblatt, não deram o fruto que Israel tinha desejado.
Após anos de antagonismo sobre este espinhoso assunto com o anterior presidente americano, Barack Obama, Israel queria chegar a um acordo com Trump pelo qual Washington lhe tolerasse construir nos assentamentos judaicos em território palestino, embora também tenha esbarrado no fato deste governo não vê o assunto com bons olhos.
Na quinta-feira, após fracassar os contatos, segundo a emissora pública, Netanyahu anunciou a seus ministros que Israel imporia a si mesmo restrições nesta construção, objeto de constantes condenações da comunidade internacional e dos palestinos, que a consideram completamente ilegal.
Desta forma, o primeiro-ministro explicou que Israel levará em conta a partir de agora as exigências de Trump quanto a este tipo de atividade, que consistem em limitar o número de casas construídas e não fazê-lo fora dos limites urbanos já definidos, a fim de não representar uma ampliação territorial da colônia.
Netanyahu "adoçou" estas medidas para os colonos com o anúncio também de um novo assentamento para os habitantes de Amoná - evacuada em fevereiro por ordem judicial - e o começo da venda de 2.000 casas por todo o território ocupado da Cisjordânia de um pacote de 5.700 aprovadas há dois meses.
Segundo a emissora, Netanyahu disse a seus ministros que Israel restringiria a construção como "gesto de boa vontade" a Trump. EFE