Bandeiras de Israel: processo de paz foi retomado no final de julho, após um hiato de três anos, e os comentários de Yasser Abed Rabbo foram os mais negativos por parte dos palestinos desde então (Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2013 às 09h12.
Ramallah - As negociações de paz entre palestinos e israelenses estão se mostrando infrutíferas, e só poderão dar resultados se os EUA pressionarem mais, disse um importante assessor do presidente palestino, Mahmoud Abbas, nesta quarta-feira.
O processo de paz foi retomado no final de julho, após um hiato de três anos, e os comentários de Yasser Abed Rabbo foram os mais negativos por parte dos palestinos desde então.
"Essas negociações são fúteis e não vão levar a nenhum resultado", disse Abed Rabbo à rádio Voz da Palestina.
"Não espero nenhum progresso a não ser que haja uma enorme e poderosa pressão norte-americana, como a que estamos vendo por parte dos EUA para lidar com a questão síria", disse Abed Rabbo, um dos dois funcionários autorizados pelo presidente Mahmoud Abbas a falar sobre as negociações.
Um funcionário do governo israelense disse que não comentaria as declarações, argumentando que os dois lados decidiram que só os Estados Unidos devem falar. "Estamos cumprindo esse acordo", disse o funcionário.
O Departamento de Estado dos EUA disse no domingo que as delegações palestina e israelense têm se reunido meticulosamente desde a retomada do processo de paz, em 29 e julho, e que um enviado dos EUA participou de um dos encontros.
O secretário de Estado John Kerry estipulou um prazo de nove meses para a busca de um acordo, com reuniões sendo alternadas entre Jerusalém e a Cisjordânia.
Pouco se sabe sobre os primeiros encontros, mas Abed Rabbo afirmou que a continuidade da expansão dos assentamentos judaicos em territórios ocupados prejudica o andamento das discussões.
"Israel não se comprometeu em parar os assentamentos, e consideramos que a continuação da política colonizadora está destruindo qualquer chance (de acordo)", afirmou.
Israel anunciou no mês passado projetos e licitações para construir cerca de 3.100 moradias adicionais na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, áreas reivindicadas pelos palestinos para o seu eventual Estado. Israel alega que as obras acontecem em blocos de assentamentos que deverão ser mantidos com o Estado judeu após o eventual acordo.
Em mensagem por ocasião do Ano-Novo judaico, na quarta-feira, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse desejar uma "paz real e duradoura..., não um acordo que celebramos por dois minutos e então desaba".
Netanyahu e Abbas devem se reunir separadamente com Kerry na Europa na semana que vem.