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Nápoles expõe 2 Van Gogh roubados e escondidos pela máfia

O diretor do Museu Van Gogh de Amsterdã, Axel Rüger, explicou que esta exposição temporária visa "expressar a sua gratidão" à cidade e à Itália

Obras: as duas obras do primeiro período do artista, avaliadas em vários milhões de euros, eram objeto de uma ordem de busca internacional desde que foram roubadas em 7 de dezembro de 2002 (Ciro De Luca/Reuters)
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AFP

Publicado em 6 de fevereiro de 2017 às 16h14.

Os napolitanos vão poder admirar durante quase três semanas duas pinturas de Vincent Van Gogh roubadas em 2002 em Amsterdã , encontradas em setembro em um esconderijo da máfia Camorra e reveladas nesta segunda-feira.

"Congregação Deixando a Igreja Reformada de Nuenen" (1884) e "Vista do Mar em Scheveningen (tormenta)" (1882) foram exibidas nesta segunda-feira à imprensa no Museu de Capodimonte, onde as autoridades comemoraram "o triunfo da arte e da legalidade".

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Os dois pequenos quadros - considerados de grande valor histórico para compreender a estreia artística na pintura a óleo de Van Gogh - vão estar em exibição até 26 de fevereiro em Capodimonte, em Nápoles, antes de voltarem para Amsterdã.

O diretor do Museu Van Gogh de Amsterdã, Axel Rüger, explicou que esta exposição temporária visa "expressar a sua gratidão" à cidade e à Itália.

O que aconteceu exatamente com as duas obras permanece um mistério. Os dois ladrões, que escaparam do Museu Van Gogh com as telas por uma janela, foram rapidamente presos, mas permaneceram em silêncio sobre o que haviam feito com as pinturas.

Até que uma investigação sobre uma rede internacional de tráfico de drogas levou a polícia até as obras. Elas estavam escondidas em Castellammare di Stabia, a 30 km de Nápoles, na casa de um membro da máfia Camorra.

As duas obras do primeiro período do artista, avaliadas em vários milhões de euros, eram objeto de uma ordem de busca internacional desde que foram roubadas em 7 de dezembro de 2002 no museu.

O general Giorgio Toschi, da polícia financeira e alfandegária, ressaltou nesta segunda-feira que o roubo das duas obras fazia parte do "Top 10 dos crimes de arte".

"As obras de arte representam mais do que nunca um porto seguro, também para o crime que os utiliza como instrumentos de investimento ou meio de pagamento e de garantia em transações entre organizações delinquentes", explicou.

O Museu Van Gogh, aberto em 1973, exibe centenas de quadros, desenhos e esboços do pintor, desde seu primeiro período holandês até o fim trágico em Auvers-sur-Oise (França) em 1890.

Vincent Van Gogh nasceu em 1853 em Zundert (centro da Holanda) em uma família liderada por um austero pastor protestante.

Pintou mais 800 obras, mas durante sua curta vida só conseguiu vender um quadro. Hoje, suas obras são negociadas a preço de ouro.

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