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Naoto Kan ordena paralisação de outra usina nuclear no Japão

O primeiro-ministro japonês ordenou à empresa operadora da usina de Hamaoka que paralise suas operações por motivo de segurança, diante do risco de um terremoto na região

Naoto Kan: "Esta é uma decisão tomada após refletir sobre a segurança das pessoas" (Koichi Kamoshida/Getty Images)

Naoto Kan: "Esta é uma decisão tomada após refletir sobre a segurança das pessoas" (Koichi Kamoshida/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2011 às 10h12.

Tóquio - O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, determinou nesta sexta-feira à empresa operadora da usina nuclear de Hamaoka (sudoeste de Tóquio) que paralise suas operações por motivo de segurança, diante do risco de um terremoto na região, informou a agência local "Kyodo".

A planta de Hamaoka, operada pela Chubu Electric, fica no litoral do Pacífico em Tokai, área de confluência de três placas tectônicas e onde teme-se nos próximos 30 anos terremoto de 8 graus de magnitude na escala Richter.

Kan acredita que todos os reatores da planta, localizada na província de Shizuoka, deveriam ser paralisados até que existam medidas suficientes de segurança, no médio e no longo prazo, para enfrentar tsunami ou terremoto de elevada magnitude.

Em consequência da exigência do primeiro-ministro japonês, a Chubu Electric, terceira companhia de energia nuclear do Japão, vai paralisar os dois reatores nucleares que estão ativos nessa central e atualmente produzem 2,5 mil megawatts de eletricidade, detalha a "Kyodo".

"Esta é uma decisão tomada após refletir sobre a segurança das pessoas", disse o chefe de Governo japonês, que previamente reconheceu que a resposta de seu Gabinete à catástrofe de 11 de março foi "inadequada em vários aspectos".

A usina nuclear de Hamaoka estará paralisada até que sejam tomadas as medidas de segurança necessárias, apontou em entrevista coletiva Kan, que não forneceu uma data para o reatamento de suas operações.

A decisão do primeiro-ministro ocorre quando o Japão vive uma persistente crise nuclear ao não ter conseguido controlar a situação na planta de Fukushima, cujos reatores ficaram sem sistema de refrigeração pelo terremoto de 9 graus Richter e tsunami de 11 de março.

No complexo nuclear de Hamaoka estão neste momento em operação os reatores 4 e 5, enquanto as unidades 1 e 2 foram desativadas.

A operadora Chubu Electric havia anunciado sua intenção de retomar as operações no reator 3 uma vez sejam realizadas as inspeções previstas para julho.

O Governo já tinha pedido à operadora revisão dos sistemas de segurança da planta após a crise nuclear que atinge o Japão e por considerar insuficientes no caso de um terremoto de grande magnitude.

Nesta sexta-feira, o Executivo indicou que haverá uma tentativa de atenuar os possíveis problemas de abastecimento de energia em consequência da paralisação de Hamaoka.

O Ministério de Ciência japonês calcula que há 37% de probabilidade dessa região sofrer nos próximos 30 anos um terremoto de 8 graus de magnitude na escala aberta Richter.

Desde 11 de março, quatro usinas nucleares estão inoperantes. As centrais entraram em parada automática devido ao forte terremoto, o que provocou uma redução no abastecimento de energia no Japão.

Conforme a agência "Kyodo", um reator de outra usina nuclear, a de Tsuruga (centro do Japão), será paralisado neste sábado manualmente após a detecção de vazamentos de materiais radioativos.

As autoridades da província japonesa de Fukui, onde esta Tsuruga, suspeitam de fugas a partir das barras de combustível nuclear do reator 2 dessa central, embora em níveis baixos.

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