Mundo

Naoto Kan diz que Fukushima está em vias de estabilização

Quatro dos reatores da usina ficaram gravemente danificados com os desastres naturais de março

Usina de Fukushima: autoridades vão focar a redução da radioatividade na região (Kawamoto Takuo/Wikimedia Commons)

Usina de Fukushima: autoridades vão focar a redução da radioatividade na região (Kawamoto Takuo/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2011 às 14h16.

Tóquio - O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, afirmou nesta terça-feira que a crise nuclear de Fukushima está sendo controlada segundo o calendário fixado até janeiro, graças aos avanços conquistados nos últimos meses.

"Nos dirigimos a uma saída do estado de crise grave", comemorou o impopular primeiro-ministro de centro-esquerda.

O governo e a companhia Tepco, que administra a central nuclear de Fukushima, confirmaram nesta terça-feira a conclusão da primeira etapa do calendário de estabilização dos seis reatores da central. Quatro deles ficaram gravemente danificados devido ao potente terremoto e o posterior tsunami de 11 de março.

O poder executivo e a companhia trabalham há várias semanas em um sistema de refrigeração do combustível nuclear. O objetivo é estabilizar até janeiro a temperatura dos reatores em menos de 100 graus Celsius.

Na primeira fase, a Tepco pôs em funcionamento um centro de descontaminação das águas radioativas, empregadas de forma urgente nas primeiras semanas com o objetivo de esfriar os reatores.

A operação é, no entanto, muito difícil, devido à grande quantidade de substâncias radioativas que o imenso volume de água tratada contém. No início de agosto espera-se a entrada em funcionamento de um sistema suplementar para acelerar a operação.


As autoridades prometem se focar na redução da radioatividade na região.

O governo também garantiu que vai financiar com 78,2 bilhões de ienes (990 milhões de dólares) um programa de saúde para vigiar a exposição à radiação de todos os residentes de Fukushima.

O desastre provocou a evacuação de mais de 80 mil pessoas que residiam em um raio de 20 km ao redor da central.

O Governo japonês também anunciou nesta terça-feira a proibição da venda de carne de gado criado em Fukushima, quatro meses após o acidente nuclear na região.

De acordo com informações, cerca de 650 animais, em sua maioria criados nesta província, foram alimentados com feno contaminado com césio radioativo e vendidos em todo o país, o que gerou um alarme entre os consumidores.

"Demos ordem ao governador de Fukushima para parar com as vendas na região", afirmou Yukio Edano, porta-voz do Governo.

Provocado pelos terremoto e tsunami gigantes que destruíram a região, o acidente nuclear da central de Fukushima Daiichi - o mais grave já registrado no mundo desde Chernobyl, em 1986 - causou o vazamento de resíduos radioativos para a atmosfera, solo e águas ao redor da usina.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-nuclearesÁsiaEmpresasGovernoJapãoPaíses ricosTepco

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua