Naomi Osaka: tenista, filha de pai haitiano, disse que doará premiação para esforços no Haiti (Mike Segar/Reuters)
Da redação, com agências
Publicado em 15 de agosto de 2021 às 14h21.
Última atualização em 15 de agosto de 2021 às 16h34.
Após o terremoto que já deixa mais de 700 mortos no Haiti, personalidades e governantes em todo o mundo se manifestaram anunciando envios de ajuda ou cobrando medidas de apoio ao país, o mais pobre das Américas.
As equipes de resgate ainda procuravam sobreviventes no Haiti, um dia após a devastação causada pelo terremoto de magnitude 7,2 no sábado, 14.
Uma das primeiras a se pronunciar foi a tenista japonesa Naomi Osaka, cujo pai é haitiano. Osaka, que acendeu a pira olímpica nas últimas Olimpíadas de Tóquio e é uma das estrelas do esporte global, frequentemente se pronuncia a respeito de sua origem haitiana.
"Dói muito ver toda a devastação que está acontecendo no Haiti, e eu sinto que realmente não podemos ter nenhuma pausa", escreveu a tenista no Twitter.
Ela afirmou ainda que vai doar a premiação de um torneio que jogará nesta semana, o CTA de Cincinnati, nos EUA, para os esforços de alívio da crise no país. "Sei que o sangue de nossos ancestrais é forte", disse, publicando uma bandeira do Haiti.
Really hurts to see all the devastation that’s going on in Haiti, and I feel like we really can’t catch a break. I’m about to play a tournament this week and I’ll give all the prize money to relief efforts for Haiti. I know our ancestors blood is strong we’ll keep rising 🇭🇹❤️🙏🏾
— NaomiOsaka大坂なおみ (@naomiosaka) August 14, 2021
Neste domingo, o papa Francisco também expressou sua "solidariedade" com a população do Haiti, conclamando a comunidade internacional a vir em seu socorro.
"Dirijo palavras de encorajamento aos sobreviventes, esperando que a comunidade internacional se envolva em seu nome e que a solidariedade de todos possa mitigar as consequências da tragédia", disse o papa em uma pregação na Praça São Pedro.
Na fala, o pontífice também falou sobre a situação do Afeganistão, que foi novamente controlado pelo Talibã neste domingo, 15.
O presidente norte-americano Joe Biden autorizou ontem uma resposta "imediata" dos EUA ao terremoto e nomeou Samantha Power, administradora da Agência dos EUA para Desenvolvimento Internacional, para coordenar a operação.
A República Dominicana, vizinha do Haiti na mesma ilha, anunciou o envio de 10.000 rações de emergência e equipamentos médicos.
México, Peru, Argentina, Chile e Venezuela também se ofereceram para ajudar, assim como o Equador, que envia uma equipe de 34 bombeiros para participar das buscas.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Itamaraty, publicou uma nota sobre a tragédia na noite de ontem e disse que "o governo brasileiro manifesta sua solidariedade ao povo haitiano".
O presidente Jair Bolsonaro ainda não se manifestou por meio de seu perfil oficial.
O Itamaraty não deu detalhes sobre se enviará alguma ajuda específica ao Haiti.
O Brasil manifesta sua solidariedade ao #Haiti, atingido por terremoto na manhã de hoje. Até o momento, não há registro de brasileiros vitimados pelo abalo sísmico. O Itamaraty seguirá acompanhando a situação por meio da Embaixada em Porto Príncipe.
— Itamaraty Brasil 🇧🇷 (@ItamaratyGovBr) August 14, 2021
A tragédia faz o país reviver memórias doloridas do grande terremoto de 2010, que até hoje afeta a economia local. Na ocasião, mais de 200.000 pessoas morreram e 1,5 milhão de haitianos ficaram desabrigados.
O Brasil participou dos esforços das Nações Unidas de reconstrução do Haiti após a tragédia de 2010, com a atuação de mais de 27.000 militares ao longo de 13 anos.
A missão começou ainda antes do terremoto, em 2004, após mais um episódio de golpe político no país, e terminou em 2017.
O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, afirmou após o terremoto de sábado que vai "acompanhar os últimos desdobramentos da tragédia no Haiti".
A democracia haitiana não conseguiu se estabilizar apesar das ações humanitárias, e o Haiti viu nos últimos meses uma intensificação de sua já profunda crise política e social.
Em julho, o então presidente Jovenal Moise foi assassinado a tiros em sua residência, levando o país a entrar em estado de sítio.
Em meio à crise e pobreza extrema, o Haiti também enfrenta dificuldade na gestão da pandemia do coronavírus e falta de acesso a vacinas.
(Com AFP e agências internacionais)