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Não vamos ceder nem um milímetro, diz México sobre muro de Trump

O porta-voz mexicano disse aos EUA que o país não mudará sua posição negativa de financiar o muro anunciado por Donald Trump na fronteira

Muro: o chanceler mexicano, no entanto, se mostrou disposto a dialogar com seu vizinho do norte (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

Muro: o chanceler mexicano, no entanto, se mostrou disposto a dialogar com seu vizinho do norte (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

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EFE

Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 13h19.

Bonn - O secretário de Relações Exteriores do México, Luis Videgaray, reiterou nesta sexta-feira, após uma breve reunião com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, que seu país não vai mudar "um milímetro" de sua posição em sua negativa a financiar o muro anunciado por Donald Trump na fronteira.

Videgaray realizou essas declarações durante sua participação na reunião de ministros das Relações Exteriores do G20, realizada entre ontem e hoje em Bonn, no oeste da Alemanha.

O chanceler mexicano, no entanto, se mostrou disposto a dialogar com seu vizinho do norte para conseguir uma relação positiva e mutuamente beneficente.

Entre os governos mexicano e americano há "diferenças públicas e notórias" que ainda não puderam ser resolvidas e "posições nas quais o México não está disposto a ceder nem um milímetro", ressaltou Videgaray.

Essas questões vão desde a recusa a pagar por essa barreira física entre os dois países - algo que o secretário tachou de "absolutamente inaceitável" - à violação dos direitos dos cidadãos mexicanos nos EUA.

Sobre o muro, Videgaray assegurou que trata-se de um "gesto não amistoso", além de uma "ideia inadequada" que "dificilmente" pode contribuir para resolver o problema que Washington quer enfrentar.

No entanto, o secretário mexicano reconheceu que os Estados Unidos são um país soberano para decidir como proteger suas fronteiras.

"Há alguns elementos que para nós são fundamentais", ressaltou o secretário de Relações Exteriores do país latino-americano, que disse que, "ao mesmo tempo, há muitos aspectos" da relação bilateral que podem ser "melhorados", mas "de forma conjunta, não através do confronto".

Os presidentes dos dois países, Donald Trump e Enrique Peña Nieto, concordaram em manter uma relação "positiva" e "beneficente para ambas as partes", lembrou Videgaray nesse sentido.

Assim, os dois países terão que se entender nos contatos que vêm mantendo nos últimos dias, assim como no encontro entre Tillerson e Videgaray, que acontece na próxima quinta-feira na Cidade do México.

Desta reunião não são esperados resultados concretos, mas sim que ambos os países vão continuar avançando de forma "próxima", "construtiva" e com "respeito" mútuo pela "soberania nacional" na "complexa" agenda bilateral de duas nações vizinhas com uma "relação extremamente profunda".

Videgaray reconheceu que, em todos os encontros que manteve com seus colegas do G20, agiu com a intenção de reduzir as tensões de seu país com os EUA desde a chegada de Trump à Casa Branca, pelo "precedente" que sentem em relação a "como interage o governo dos EUA" com outros países.

Além disso, as outras nações aguardam com expectativa o possível impacto que estas tensões poderão ter na relações comerciais, algo sobre o qual Videgaray tentou tranquilizar seus colegas em Bonn, destacando o objetivo mútuo de manter um "diálogo construtivo".

O secretário de Relações Exteriores indicou que o México não viu um aumento no número de repatriados a seu país nas últimas semanas e assegurou que o governo conta com programas para atendê-los. EFE

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