Exame Logo

"Não precisamos que o império nos presenteie", diz Fidel

A carta, divulgada hoje com o título "Irmão Obama", foi a primeira resposta de Fidel Castro em relação à visita de três dias de Obama na semana passada

Fidel Castro: a carta, divulgada hoje com o título "Irmão Obama", foi a primeira resposta de Fidel Castro em relação à visita de três dias de Obama na semana passada (Roberto Chile/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de março de 2016 às 12h34.

Havana - O ex-presidente cubano Fidel Castro respondeu nesta segunda-feira à viagem histórica que o presidente do EUA , Barack Obama , fez a Cuba , com uma longa carta recontando a história de agressão dos EUA contra Cuba, dizendo que "não precisamos que o império nos presenteie com nada".

A carta - de 1.500 palavras e divulgada hoje com o título "Irmão Obama" - foi a primeira resposta de Fidel Castro em relação à visita de três dias de Obama na semana passada, em que o presidente norte-americano disse que tinha viajado para a ilha para enterrar a história de hostilidades de guerra fria entre os dois países. O artigo do ex-presidente foi divulgado nesta manhã nos meios de comunicação oficiais de Cuba e nele são apontados diversos assuntos abordados por Obama.

Obama não se encontrou com Fidel Castro, de 89 anos, durante a viagem, mas se reuniu várias vezes com seu irmão Raul Castro, de 84 anos, e atual presidente cubano.

"Não necessitamos que o império nos presenteie com nada. Nossos esforços serão legais e pacíficos porque é nosso compromisso com a paz e a fraternidade de todos os seres humanos que vivem neste planeta", escreveu Raul Castro.

Durante a visita, Obama tentou convencer o povo cubano e o governo de que a tentativa de tentar derrubar o governo comunista durante 50 anos tinha terminado, permitindo que o governo cubano reforme a sua economia e o sistema político mais rapidamente diante da retomada dos laços entre os países.

No entanto, Fidel Castro foi enfático ao presidente dos EUA: "A minha sugestão modesta é que ele reflita e não tente desenvolver teorias sobre a política cubana".

Sobre as declarações de Obama a favor de "esquecer o passado e olhar para o futuro", Fidel Castro aponta que o presidente dos EUA usou "palavras mais açucaradas" e afirma que os cubanos correram "o risco de um ataque do coração" ao escutar Obama falar que os cubanos e norte-americanos são como "amigos, família e vizinhos".

Em seguida, Fidel Castro relembrou a quase meio século de agressões dos EUA contra Cuba, incluindo décadas de embargo comercial contra a ilha, o ataque na Baía dos Porcos em 1961 e a explosão de um avião cubano apoiado por exilados que se refugiaram nos EUA.

O ex-presidente de Cuba termina sua carta com uma posição contrária a de Obama, que afirmou que restabelecer laços econômicos com os EUA será uma bênção para Cuba, cuja economia centrada tem lutado para escapar da dependência excessiva de importações e uma escassez crônica de moeda forte.

"Somos capazes de produzir os alimentos e as riquezas materiais que necessitamos com o esforço e a inteligência de nosso povo", ressaltou Fidel Castro.

Veja também

Havana - O ex-presidente cubano Fidel Castro respondeu nesta segunda-feira à viagem histórica que o presidente do EUA , Barack Obama , fez a Cuba , com uma longa carta recontando a história de agressão dos EUA contra Cuba, dizendo que "não precisamos que o império nos presenteie com nada".

A carta - de 1.500 palavras e divulgada hoje com o título "Irmão Obama" - foi a primeira resposta de Fidel Castro em relação à visita de três dias de Obama na semana passada, em que o presidente norte-americano disse que tinha viajado para a ilha para enterrar a história de hostilidades de guerra fria entre os dois países. O artigo do ex-presidente foi divulgado nesta manhã nos meios de comunicação oficiais de Cuba e nele são apontados diversos assuntos abordados por Obama.

Obama não se encontrou com Fidel Castro, de 89 anos, durante a viagem, mas se reuniu várias vezes com seu irmão Raul Castro, de 84 anos, e atual presidente cubano.

"Não necessitamos que o império nos presenteie com nada. Nossos esforços serão legais e pacíficos porque é nosso compromisso com a paz e a fraternidade de todos os seres humanos que vivem neste planeta", escreveu Raul Castro.

Durante a visita, Obama tentou convencer o povo cubano e o governo de que a tentativa de tentar derrubar o governo comunista durante 50 anos tinha terminado, permitindo que o governo cubano reforme a sua economia e o sistema político mais rapidamente diante da retomada dos laços entre os países.

No entanto, Fidel Castro foi enfático ao presidente dos EUA: "A minha sugestão modesta é que ele reflita e não tente desenvolver teorias sobre a política cubana".

Sobre as declarações de Obama a favor de "esquecer o passado e olhar para o futuro", Fidel Castro aponta que o presidente dos EUA usou "palavras mais açucaradas" e afirma que os cubanos correram "o risco de um ataque do coração" ao escutar Obama falar que os cubanos e norte-americanos são como "amigos, família e vizinhos".

Em seguida, Fidel Castro relembrou a quase meio século de agressões dos EUA contra Cuba, incluindo décadas de embargo comercial contra a ilha, o ataque na Baía dos Porcos em 1961 e a explosão de um avião cubano apoiado por exilados que se refugiaram nos EUA.

O ex-presidente de Cuba termina sua carta com uma posição contrária a de Obama, que afirmou que restabelecer laços econômicos com os EUA será uma bênção para Cuba, cuja economia centrada tem lutado para escapar da dependência excessiva de importações e uma escassez crônica de moeda forte.

"Somos capazes de produzir os alimentos e as riquezas materiais que necessitamos com o esforço e a inteligência de nosso povo", ressaltou Fidel Castro.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBarack ObamaCubaEstados Unidos (EUA)Países emergentesPaíses ricosPersonalidadesPolíticos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame