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Não desperdicem o tempo de extensão do Brexit, pede Donald Tusk

Para o presidente do Conselho Europeu, período é considerado "suficiente para encontrar a melhor solução" para o processo da saída britânica da UE

Donald Tusk: político polonês ressaltou que "o curso da ação estará totalmente nas mãos do Reino Unido" (Yves Herman/Reuters)

Donald Tusk: político polonês ressaltou que "o curso da ação estará totalmente nas mãos do Reino Unido" (Yves Herman/Reuters)

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EFE

Publicado em 11 de abril de 2019 às 06h22.

Bruxelas — O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pediu nesta quarta-feira (10), ao Reino Unido que não "desperdice" a nova prorrogação do Brexit até o próximo dia 31 de outubro, um período que considerou "suficiente para encontrar a melhor solução" para o processo da saída britânica da União Europeia (UE).

"A extensão é tão flexível como esperava e um pouco mais curta do que esperava, mas, mesmo assim, suficiente para encontrar a melhor solução possível. Por favor, não desperdicem este tempo", pediu Tusk em entrevista coletiva posterior à cúpula europeia em Bruxelas.

O político polonês ressaltou que, durante o período da prorrogação, "o curso da ação estará totalmente nas mãos do Reino Unido".

Nesse sentido, explicou que antes do fim da extensão se pode ratificar o acordo de retirada selado entre Londres e Bruxelas e que, nesse caso, o Brexit aconteceria antes de 31 de outubro.

Segundo as conclusões aprovadas hoje pelos líderes, se aprovar o acordo de retirada antes dessa data, o Reino Unido sairá da União Europeia no primeiro dia do mês seguinte.

Dessa forma, se Westminster der seu sinal verde ao pacto em 16 de agosto, por exemplo, o Brexit aconteceria em 1º de setembro.

Tusk acrescentou também que, durante a prorrogação, também é possível que Londres "reconsidere toda a estratégia do Brexit, o que pode levar a mudanças na declaração política" sobre a futura relação.

Nesse caso, se poderia acrescentar, por exemplo, que o Reino Unido permaneça em uma união aduaneira com a UE após sua retirada, algo defendido pela oposição trabalhista, com a qual o governo britânico realiza negociações.

No entanto, Tusk reiterou que não se renegociará o acordo de retirada e lembrou que, até o final da prorrogação, o governo britânico também poderá cancelar o Brexit.

Por sua parte, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reconheceu que a cúpula de hoje foi "às vezes difícil", mas se mostrou satisfeito com o resultado obtido.

"Concordamos que nesse período os 27 (demais membros da UE) deveriam poder ter reuniões sem nossos amigos britânicos para preparar o futuro curso das coisas", declarou Tusk sobre a situação do Reino Unido durante esta nova prorrogação.

O maior temor da França, principal opositora a uma prorrogação longa, era justamente que o Reino Unido obstaculizasse os procedimentos do clube comunitário e bloqueasse iniciativas.

Por isso, as conclusões aprovadas pelos líderes ressaltam que Londres não pode utilizar a extensão para "menosprezar" os funcionamentos habituais da UE e que deverá realizar eleições para a Eurocâmara se for Estado-membro entre os dias 23 e 26 de maio e o acordo de retirada não tiver sido ratificado até 22 de maio.

Ao ser questionado se a extensão aprovada hoje será a última, Tusk admitiu que a intenção é concluir o processo do Brexit em outubro.

"Mas sou velho demais para excluir outro cenário", comentou.

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