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Não consegui 'desencarnar' da Presidência, admite Lula

Ex-presidente fez acordo com Dilma para não intervir na nova gestão

Lula: "Duvido que na história da humanidade tenha havido um governo que tenha exercitado a democracia com tanta plenitude como exercemos" (Ricardo Stuckert/Presidência da República)

Lula: "Duvido que na história da humanidade tenha havido um governo que tenha exercitado a democracia com tanta plenitude como exercemos" (Ricardo Stuckert/Presidência da República)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2011 às 06h23.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que tem evitado comentar os temas nacionais porque fez um acordo com a presidente Dilma Rousseff de não intervenção no novo governo e que a decisão tem como objetivo dar uma lição a seus antecessores. "Queria ensinar a alguns ex-presidentes como é importante ser um ex-presidente sem dar palpites", disse, numa clara referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), com quem tem trocado farpas nas últimas semanas.

Lula, que participou no final da noite de ontem do Congresso Nacional de Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) , afirmou que ainda não conseguiu "desencarnar" da Presidência da República. "Eu ainda não desencarnei totalmente do meu mandato de presidente, não é uma tarefa fácil", admitiu. Durante seus 55 minutos de discurso, o ex-presidente disse que está com "uma comichão", uma vontade forte de voltar a viajar e fazer caravanas pelo País. "Eu estou com vontade de tudo, mas tenho que me controlar. Só com autocontrole vou conseguir desencarnar", brincou.

Ao descrever seu governo como o que "mais" interagiu com os movimentos sociais, Lula disse que em nenhum outro País um presidente esteve tão disponível para ouvir a sociedade. "Duvido que na história da humanidade - eu costuma dizer nunca antes na história do Brasil - tenha havido um governo que tenha exercitado a democracia com tanta plenitude como exercemos. Nenhum segmento da sociedade deixou de ser ouvido", gabou-se. Lula admitiu também que o termo "nunca antes" era usado para afrontar a oposição. "Era para provocá-los, para dizer que 'nunca antes' eles não fizeram nada."

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