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Na Venezuela, uma nova eleição alimenta o caos

O governo definiu que no dia 10 de dezembro serão “eleitos” 23 governadores

Maduro: eleições regionais devem colocar ainda mais lenha na fogueira venezuelana (Miraflores/Reuters)

Maduro: eleições regionais devem colocar ainda mais lenha na fogueira venezuelana (Miraflores/Reuters)

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EXAME Hoje

Publicado em 7 de agosto de 2017 às 06h40.

Última atualização em 7 de agosto de 2017 às 08h36.

Mal terminaram as eleições para a Assembleia Constituinte na Venezuela e os venezuelanos já têm outra disputa com a qual se preocupar: eleições regionais. O governo definiu que no dia 10 de dezembro serão “eleitos” 23 governadores, e os candidatos interessados em disputar os cargos terão entre terça e quarta-feira para se inscrever. No fim da semana, políticos também poderão se candidatar para os 233 cargos de legisladores estaduais. Mas a oposição está dividida e não consegue chegar a um consenso sobre participar ou não do pleito.

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Os partidos de oposição do presidente Nicolás Maduro estão unidos na coalizão Mesa Unidade Democrática (MUD). Enquanto o líder da Ação Democrática, Ramos Allup, afirmou na semana passada que o partido vai disputar as regionais, porque eles “não têm balas, mas têm votos”, os representantes do Vontade Popular afirmaram que participar da disputa sem que o Conselho Nacional Eleitoral seja reformado seria carimbar um sistema fraudulento. Isso porque Maduro é acusado de ter manipulado cerca de 1 milhão de votos para eleger sua Constituinte.

Já o partido Primeira Justiça afirmou que, se as regras eleitorais forem claras, é possível lançar candidaturas, e que o povo tem o direito de se manifestar nas urnas; a líder do partido Um Novo Tempo, Nora Bracho, preferiu não se manifestar sem que haja uma posição definida da coalizão, mas afirmou estar consciente de que não se pode “abandonar espaços”. Na semana passada, Maduro comemorou a intenção de alguns representantes de oposição de participarem das eleições, e disse esperar que todos os partidos “abandonem a loucura do extremismo” e façam o mesmo.

Enquanto a oposição bate cabeça e não consegue chegar a um consenso, o governo tem tido dificuldades para manter a própria base. No domingo, um grupo de militares na cidade de Valencia começou um levante contra o governo e pediram ampla revolta popular. Além disso, a pressão internacional se intensificou: o país está suspenso do Mercosul, que considerou que houve ruptura da ordem democrática na Venezuela. Num cenário confuso como esse, as eleições de dezembro só trazem mais instabilidade para o país.

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