A perda generalizada de credibilidade não é privilégio da Câmara dos Deputados ou do governo federal aqui no Brasil. Pesquisa do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) com 20 791 pessoas de 20 países mostra um "quadro alarmante" de queda de confiança nas instituições. Desde janeiro de 2004, o mal-estar dos cidadãos em relação ao papel, utilidade e desempenho de governos, empresas e entidades da sociedade civil só se agrava.</p>

O estudo assume como indicador a diferença entre a porcentagem dos entrevistados que expressam confiança e a porcentagem dos que afirmam não confiar em uma dada instituição. No caso de governos, da Organização das Nações Unidas (ONU) e de empresas multinacionais, os resultados divulgados nesta quinta-feira (15/12) são os piores já apurados desde o início dos levantamentos, em 2001.

O Brasil é campeão de desconfiança em relação ao governo, com indicador -56. O país tambem é o que apresenta a maior mudança de humor. Como no ano passado o indicador de confiança no governo brasileiro era positivo (+8), o tombo da nota foi de 64 pontos. Os quatro países que registraram maiores recuos depois do Brasil são Coréia do Sul, México (ambos com reversão de 50 pontos) e Canadá (reversão de 45 pontos). Uma exceção curiosa é a Rússia, onde a confiança no governo segue tendência de alta sustentada .

Também há más notícias reservadas para as organizações não-governamentais. O nível de confiança nessas entidades passa por acentuada erosão em países como Brasil, Índia e Coréia do Sul. Embora o indicador brasileiro ainda esteja positivo (+4), houve uma queda de 26 pontos em relação ao resultado do ano anterior, quando a balança pendia fortemente para a confiança nas ONGs (saldo positivo de 30 pontos).