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Múmias que surgiram no deserto eram de sacerdotes do templo; veja vídeo

Tumbas foram abertas pela primeira vez em 2.500 anos; hieróglifos, a antiga escrita do Egito, apontam que sarcófagos guardavam religiosos

Um dos 59 sarcófagos encontrado em setembro no Egito, em uma rara descoberta (divulgação/Divulgação)

Um dos 59 sarcófagos encontrado em setembro no Egito, em uma rara descoberta (divulgação/Divulgação)

CA

Carla Aranha

Publicado em 6 de outubro de 2020 às 16h15.

Última atualização em 6 de outubro de 2020 às 16h36.

Depois de abrir os 59 sarcófagos encontrados em uma região desértica perto do Cairo, capital do Egito, no último sábado, dia 3, foram anunciados agora os estudos preliminares que apontam para a origem das múmias. Os arqueólogos concluíram que a maior parte das tumbas preserva os corpos de sacerdotes do templo, que desfrutavam de grande importância no antigo Egito.

As tumbas estavam lacradas e as múmias estavam envoltas em fitas funerárias negras e brancas, em um sistema de embalsamento que preservou os corpos por 2.500 anos. Descrições sobre a origem das múmias, escritas em hieróglifos nos sarcófagos, ajudaram os especialistas a desvendar sua origem.

As múmias viram a luz do dia pela primeira vez quando os sarcófagos foram abertos, em uma pequena cerimônia que contou com a presença de diplomatas e representantes do Ministério das Antiguidades do Egito.

 

Foram encontradas 28 estatuetas de bronze nas tumbas. Os antigos egípcios, que fundaram uma das civilizações mais desenvolvidas da Antiguidade, costumavam embalsamar e sepultar os mandatários e outras figuras de destaque na sociedade junto com alguns de seus objetos preferidos. É raro, no entanto, encontrar tumbas e ornamentos antigos em tão bom estado.

Uma das estátuas representa o deus Nefertem, associado às flores e à criação. O culto a Nefertem era popular em Memphis, que foi a primeira capital do Egito. Saqqara, onde os sarcófagos foram encontrados, próxima à antiga capital, era um dos mais importantes locais de sepultamento no Egito há cerca de 2.600 anos.

O Ministério de Antiguidades do Egito acredita que novas descobertas possam ser feitas na região. As escavações  seguem a todo o vapor. Normalmente repleto de turistas, Saqqara, o Cairo e outros locais populares no Egito estão praticamente vazios desde a eclosão da pandemia do coronavírus. Por um lado, isso acelera o trabalho dos arqueólogos, mas por outro prejudica as economias do país.

O país reabriu há quase três semanas para o turismo. Os visitantes, no entanto, ainda não voltaram, com medo do coronavírus. O Egito, um dos países mais visitados do mundo, recebeu mais de 13,6 milhões de pessoas em 2019, a maioria interessada em conhecer suas riquezas arqueológicas. A expectativa era que esse ano os visitantes chegassem a pelo menos 15 milhões — isso, antes da covid-19.

Khaled el-Anany, ministro do Turismo e das Antiguidades, disse que está em uma missão para trazer de volta os negócios ligados à atividade e reaquecer a economia. O turismo responde por 12% do PIB do país. Ele também comemorou a inusitada descoberta das múmias. “Senti algo indescritível quando soube dessa nova e importante descoberta arqueológica”, afirmou.

 

 

 

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