Mulher que acusa indicado à Suprema Corte dos EUA oferece 4 depoimentos
As mulheres que acusam o juiz Brett Kavanaugh vão prestar depoimento na quinta-feira, e no dia seguinte sua indicação será submetida a uma votação
Reuters
Publicado em 26 de setembro de 2018 às 12h46.
Última atualização em 26 de setembro de 2018 às 12h47.
Washington - A mulher que acusou Brett Kavanaugh, indicado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , à Suprema Corte, de agressão sexual apresentará depoimentos juramentados de quatro pessoas aos senadores para corroborar suas alegações, de acordo com cópias de comunicados divulgados por seus advogados nesta quarta-feira.
As declarações, noticiadas primeiramente pelo USA Today, incluem documentos assinados pelo marido de Christine Blasey Ford e por três amigos que seus advogados enviaram ao Comitê Judiciário do Senado. O comitê agendou uma audiência a respeito das acusações na quinta-feira, e no dia seguinte a indicação de Kavanaugh será submetida a uma votação.
Se o comitê aprovar sua indicação, ela precisa ser confirmada pelo plenário do Senado, no qual os republicanos têm uma maioria apertada de 51 a 49. Essa votação pode acontecer já na terça-feira, disseram senadores republicanos veteranos.
A alegação de Christine e uma outra acusação por uma segunda mulher, ameaça a nomeação de Kavanaugh para o cargo vitalício na maior instância jurídica do país num momento em que os republicanos tentam garantir sua aprovação no Senado antes das eleições parlamentares de 6 de novembro --que podem alterar o equilíbrio de forças no Congresso, onde os democratas tentam retomar o controle dos republicanos.
Christine, professora de psicologia na Califórnia, acusou Kavanaugh de agredi-la sexualmente em 1982, quando ambos eram estudantes de Ensino Médio em Maryland. Já Deborah Ramirez o acusou de se expor a si próprio durante uma festa de dormitório regada a bebidas durante o ano acadêmico 1983-84, quando ambos eram alunos da Universidade Yale.
Kavanaugh, um juiz conservador de uma corte de apelações,tem negado as alegações e apresentou uma defesa pública nesta semana em uma entrevista à Fox News.
Sua advogada, Beth Wilkinson, disse em entrevistas na televisão nesta quarta-feira que as declarações de Christine citam contatos recentes, não discussões da época do suposto incidente, e que é difícil corroborar uma acusação 36 anos mais tarde.
"Ele admite que bebeu e que fez algumas coisas que, olhando para trás, diz serem constrangedoras... mas não é disso que se trata. Trata-se de uma alegação muito séria, um crime muito sério", disse Beth no programa "CBS This Morning".
Os senadores ouvirão os dois lados na audiência de quinta-feira, cientes do impacto que ela pode ter nos eleitores, especialmente as mulheres, levando em conta o movimento contra assédio e agressão sexuais #MeToo.