Mugabe se reúne com comandantes militares do Zimbábue
Como mediador da conversa esteve presente o sacerdote Fidelis Mukonori, assim como um enviado do Governo da África do Sul
EFE
Publicado em 16 de novembro de 2017 às 16h08.
Última atualização em 16 de novembro de 2017 às 16h52.
Harare - O presidente do Zimbábue , Robert Mugabe, mantém reuniões com os comandantes militares na sede da Presidência, depois da intervenção militar iniciada na quarta-feira no Zimbábue e que alimentou os rumores de um possível golpe de Estado, informou nesta quinta-feira a imprensa local.
Mugabe realizou pelo menos um encontro nesta tarde com o chefe das Forças Armadas do país, Constantine Chiwenga, e outros representantes militares, segundo o jornal "The Herald", que publicou várias fotos da reunião, mas não deu detalhes do conteúdo da mesma.
Como mediador da conversa esteve presente o sacerdote Fidelis Mukonori, assim como um enviado do Governo da África do Sul, detalhou o jornal.
A reunião foi realizada para negociar uma saída de Mugabe do poder.
De acordo com veículos de imprensa locais, o presidente zimbabuano, por enquanto, se mostra reticente a renunciar, como reivindicam os militares.
A tensão no Zimbábue começou a aumentar na terça-feira, depois que vários tanques foram vistos rumo a Harare, apenas um dia depois que Chiwenga, apoiado por outros altos comandantes militares, advertiu que "medidas corretivas" seriam tomadas se prosseguisse o expurgo de veteranos no partido de Mugabe, de 93 anos e no poder desde 1980.
Além de sitiar os edifícios oficiais, os militares confinaram o presidente em sua residência.
Também foram detidos três ministros afins às aspirações políticas da primeira-dama, Grace Mugabe, que aparecia como candidata à vice-presidente do país depois que seu marido destituíu na semana passada Emmerson Mnangagwa.
Precisamente, a expulsão do vice-presidente - um veterano de guerra que aparecia nas apostas como sucessor de Mugabe - é interpretada como o principal detonante da atual crise.