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Mudança no clima preocupa 70% de empresas, vê estudo

73% das empresas que investem para reduzir emissões de carbono acreditam que as mudanças climáticas constituem um risco físico para suas operações


	Mudanças climáticas: eventos como as inundações ocorridas na Tailândia podem trazer prejuízos significativos para as empresas
 (Axel Schmidt/AFP)

Mudanças climáticas: eventos como as inundações ocorridas na Tailândia podem trazer prejuízos significativos para as empresas (Axel Schmidt/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2013 às 18h28.

São Paulo - As mudanças climáticas preocupam cerca de 70% das empresas do mundo que vislumbram nos eventos risco significativo para seus faturamentos. É o que mostra a pesquisa "Redução de riscos e direcionamento no valor dos negócios", publicada nesta terça-feira pela ONG Carbon Disclosure Project (CDP) e pela Accenture, que consultou 2.415 companhias, incluindo 2.363 fornecedores e 52 grandes empresas compradoras - 7 das quais brasileiras, todas integrantes do programa CDP Supply Chain.

A preocupação, explica o diretor do CDP Brasil, Fernando Figueiredo, se justifica por exemplos drásticos de clima como as recentes inundações na Tailândia, que resultaram em prejuízo de grandes empresas, como montadoras de automóveis japonesas e empresas de informática, pois parte de seus fornecedores estavam nesse país.

"Você tem uma obstrução por uma causa física, ou seja, por mudanças climáticas que afetam o entorno (da produção) e tem uma perda na produtividade, o que afeta o faturamento", afirma Figueiredo. Ele cita ainda como interferências climáticas as secas ou o excesso de chuvas, que afetam plantações.

Do total de empresas pesquisadas no mundo, 678 investem em iniciativas de redução de emissões de carbono, das quais 73% acreditam que o clima possa representar um risco físico para suas operações.


Os marcos regulatórios adotados por alguns países ou Estados prevendo a redução das emissões, diz o estudo, motivaram apenas 13% dessas empresas a iniciar a política. As outras tiveram iniciativa própria. Apesar disso, Figueiredo ressalta para a necessidade da existência dessas regras.

"Quando existe um marco regulatório, as empresas têm que ter um standard básico de políticas de redução nas emissões. É um risco (implantá-las), caso sejam rígidas demais. Mas em geral, elas elevam a régua (de redução nas emissões), o que é um ponto fundamental", afirma.

Entre as empresas pesquisadas, as fornecedoras de matéria-prima, produtos manufaturados e serviços demonstraram um menor nível de ambição para mitigar riscos de mudanças climáticas. De acordo com o estudo, os 29% dos fornecedores que reduziram suas emissões economizaram cerca de US$ 13,7 bilhões.

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