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MSF diz não ter provas de contratação de prostitutas por seus funcionários

A ONG Médicos Sem Fronteiras afirmou que não encontrou provas que comprovem o envolvimento de funcionários com prostitutas na África

A ONG Médicos Sem Fronteiras afirmou que já puniu "e inclusive demitiu" funcionários por má conduta em outras ocasiões (Reuters / Denis Balibouse/Reuters)

A ONG Médicos Sem Fronteiras afirmou que já puniu "e inclusive demitiu" funcionários por má conduta em outras ocasiões (Reuters / Denis Balibouse/Reuters)

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EFE

Publicado em 21 de junho de 2018 às 12h25.

Londres - A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) lamentou nesta quinta-feira a revelação de "casos de assédio, abuso e maus-tratos" dentro da organização e disse que não encontrou "provas que respaldem" as afirmações de que alguns funcionários contrataram prostitutas na África, como denunciaram várias ex-funcionárias.

Em declarações ao programa "Victoria Derbyshire" da emissora britânica "BBC", as denunciantes, que deram seu testemunho de forma anônima por temor de represálias, afirmaram que os envolvidos faziam parte do pessoal encarregado de logística, sem citar médicos e enfermeiros da organização.

Descreveram a prática de contratar prostitutas como um comportamento generalizado entre alguns trabalhadores da MSF na África e inclusive uma delas destacou que um envolvido afirmou que era possível trocar remédios por sexo.

Em comunicado enviado à Agência Efe, a MSF afirmou que não tolera "o abuso, o assédio e nem a exploração" dentro da organização.

"Lamentamos que tenha ocorrido casos de assédio, abuso ou maus-tratos na nossa organização ou que as vítimas destes comportamentos tenham sentido que suas queixas não foram tratadas da forma adequada", afirmou esta ONG, uma das maiores do mundo, que emprega milhares de profissionais de saúde e logística.

Com relação às acusações feitas pelas antigas trabalhadoras, a MSF indicou que as estudou, mas que trata-se de casos "extremamente difíceis devido à falta de detalhes nas informações".

"Nos baseando na informação proporcionada, não encontramos provas que respaldem estas acusações formuladas no documento da BBC", explicou, acrescentando que pede a "qualquer pessoa que tenha alguma preocupação sobre condutas indevidas" a reportar "através dos mecanismos confidenciais de denúncia" da organização.

A ONG ressaltou o compromisso com este tipo de ferramentas que servem para apresentar queixas, mas reconheceu que deve "fazer mais para garantir que as pessoas que as necessitam as conheçam, confiem nelas e as utilizem".

"Continuamos melhorando nossos mecanismos confidenciais de denúncia para que as pessoas se sintam seguras na hora de denunciar abusos na MSF e para garantir que todo o pessoal entende a importância de ter um comportamento responsável", sustentou.

A MSF acrescentou, além disso, que já puniu "e inclusive demitiu" gente por má conduta.

A ONG fez referência a um dos episódios narrados por uma ex-empregada à BBC, que contou como supostamente um companheiro afirmou que as mulheres em situação de vulnerabilidade podiam "trocar remédios por sexo" na Libéria.

A entidade sustentou que, após verificar os registros, "não encontrou evidências de que trabalhadores da MSF tenham feito".

"A troca de sexo por qualquer serviço da MSF é considerado um comportamento totalmente inaceitável por parte da MSF e punido como tal", afirmou.

A MSF encorajou, além disso, os atuais e antigos trabalhadores a compartilhar qualquer informação que possam ter "sobre condutas abusivas contra pacientes e beneficiados" através dos canais colocados à disposição.

Outra trabalhadora, que tratou pacientes com HIV na África Central, afirmou que o uso de prostitutas locais era "generalizado" e que ela mesma se sentiu acossada sexualmente por um companheiro.

Esta denunciante revelou à MSF o assédio ao qual estava sendo submetida, e embora a ONG tenha oferecido uma mediação, afirmou que também foi comunicada que a demitiram se essa situação não fosse solucionada.

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