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Moscou expulsa diplomatas poloneses antes de reunião da UE

A Rússia expulsou vários diplomatas poloneses, em resposta a uma decisão similar de Varsóvia, pouco antes de reunião da União Europeia sobre a Ucrania

Carro passa diante da embaixada da Polônia em Moscou, Rússia (Maxim Shemetov/Reuters)

Carro passa diante da embaixada da Polônia em Moscou, Rússia (Maxim Shemetov/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2014 às 12h47.

Moscou - A Rússia anunciou a expulsão por espionagem de vários diplomatas poloneses em represália a uma decisão similar de Varsóvia com funcionários russos, pouco antes de uma reunião da União Europeia (UE) que pode definir novas sanções contra Moscou por seu papel na Ucrânia.

Paralelo a isso, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) concordaram em acrescentar os nomes de separatistas ucranianos à lista de pessoas com bens na UE congelados e com proibição de vistos.

"Vários diplomatas poloneses já deixaram o território de nosso país por atividades incompatíveis com seu estatuto", afirma um comunicado do ministério das Relações Exteriores, com termos que normalmente são uma referência à espionagem no campo diplomático.

Moscou não informou a data nem o número de funcionários expulsos.

O chefe da diplomacia de Varsóvia, Grzegorz Schetyna, reconheceu que a decisão da Rússia representa uma "resposta recíproca" a uma medida similar adotada pelas autoridades polonesas com diplomatas russos.

"Para nós, este assunto está encerrado", afirmou, segundo a agência PAP.

"Infelizmente, as autoridades polonesas tomaram esta medida hostil e sem fundamento. Depois disso, a parte russa adotou medidas de represália adequadas", completa a nota.

A imprensa russa informou em outubro e no início de novembro a expulsão de diplomatas do país de Varsóvia, acusados de espionagem.

No domingo, a imprensa anunciou a detenção e expulsão do ex-deputado letão Alexei Kholostov pelas mesmas acusações.

De acordo com o ministério alemão das Relações Exteriores, uma funcionária da embaixada do país foi expulsa de Moscou a pedido das autoridades russas.

Combates no leste do país

No leste da Ucrânia, os combates são cada vez mais intensos, enquanto Kiev acusa a Rússia de enviar tropas de combate e material militar aos rebeldes pró-Rússia, uma informação corroborada por observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e da Otan.

Moscou nesta apoiar os rebeldes e o presidente Vladimir Putin afirmou que os combatentes separatistas conseguem as armas por conta própria.

"De ondem procedem os veículos blindados e seus sistemas de artilharia? No mundo contemporâneo, as pessoas em uma luta que consideram legítima sempre encontrarão armas", declarou em uma entrevista ao canal alemão ARD.

Os ministros das Relações Exteriores da UE se reuniram nesta segunda-feira para debater a estratégia e, apesar de descartarem novas sanções econômicas, decidiram acrescentar os nomes de separatistas ucranianos à lista de pessoas com bens na UE congelados e com proibição de vistos.

Os ministros, reunidos em Bruxelas, pediram ao serviço diplomático comunitário que prepare uma lista com nomes. A decisão final sobre a inclusão na lista será tomada no fim do mês.

Até o momento, a UE incluiu na lista 119 pessoas, russos e ucranianos, assim como 23 entidades que contribuem ou são responsáveis por desestabilizar a Ucrânia.

"Quem teria pensado que 25 anos depois da queda do Muro (de Berlim), depois do fim da Guerra Fria, depois do fim da divisão da Europa e do fim de um mundo dividido em dois, aconteceria algo assim em pleno coração da Europa?", questionou a chanceler alemã Angela Merkel durante um discurso em Sydney.

A UE deseja um retorno à mesa de negociações, depois que Putin encurtou sua participação na reunião do G20 na Austrália.

"As sanções não são um objetivo em si mesmo. Podem ser uma ferramenta, caso acompanhadas por outras soluções", declarou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.

No campo de batalha no leste da Ucrânia, sete soldados e três policiais morreram nas últimas 24 horas, segundo as autoridades.

O presidente Petro Poroshenko afirmou que está preparado para um cenário de "guerra total", enquanto o exército destacou que os rebeldes e as tropas russas planejam uma ofensiva.

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