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Mortos na República Centro-Africana passam de 500, diz ONU

ONU anunciou que mais de 500 pessoas já morreram na República Centro-Africana, desde que em 5 de novembro começaram os enfrentamentos entre milícias locais

Soldado francês patrulha as ruas de Bangui, na República Centro-Africana: número de vítimas fatais deve aumentar nos próximos dias (Emmanuel Braun/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 09h55.

Genebra -A ONU anunciou nesta sexta-feira que mais de 500 pessoas já morreram em Bangui, capital da República Centro-Africana, desde que em 5 de novembro começaram os enfrentamentos entre milícias locais.

O número de vítimas fatais deve aumentar nos próximos dias, segundo o porta-voz Alto Comissariado das Nações Unidas para os direitos humanos, Ravina Shamdasani.

"Embora a segurança tenha melhorado nos últimos dias em Bangui, seguimos alarmados pelo aumento da tensão entre comunidades religiosas no país", disse.

Segundo a ONU, em vários pontos da capital ocorreram ataques entre cristãos e muçulmanos nos últimos dias, nos quais várias pessoas morreram.

"Violações de direitos humanos muito sérias são cometidas por motivos religiosos, assim como saques e destruição de propriedades privadas. Uma mesquita foi incendiada e outra destruída no início desta semana em Bangui", denunciou a porta-voz.

A situação é também tensa em outras cidades do país, como Bouca, Bossangoa e Bozoum, onde há "um círculo vicioso de ataques e represálias".

Segundo a ONU, 27 muçulmanos foram assassinados ontem pelas milícias conhecidas como anti-Balaka, na cidade de Bohong, próxima Bouar.


Os enfrentamentos entre as milícias Seleka, de confissão muçulmana, e os grupos cristãos anti-Balaka, intensificaram-se na semana passada, horas antes da ONU autorizar a intervenção militar da França ao lado de uma força africana para proteger a população civil e restabelecer a ordem.

O conflito já provocou o deslocamento de 159 mil pessoas, que foram obrigadas a abandonar suas casas, segundo os últimos dados do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), que há três dias contabilizava este número em 108 mil.

"No aeroporto de Bangui vivem refugiadas cerca de 38 mil pessoas, sem acesso a banheiros, água corrente e sem um teto que os protejam da chuva e do sol", disse o porta-voz do Acnur, Adrian Edwards.

Além disso, aproximadamente 12 mil pessoas se instalaram na igreja Saint Joseph Mukassa, em Bangui.

Segundo Acnur, os deslocados necessitam urgentemente comida, abrigos, sabão e outros artigos de primeira necessidade e 460 destas pessoas precisam de assistência médica urgente, entre as quais se incluem 101 mulheres grávidas e três bebês recém-nascidos.

Por enquanto, a agência da ONU distribuiu ajuda humanitária a 3.500 famílias em Bangui, "um número ainda relativamente pequeno para as necessidades", admitiu Edwards.

O êxodo de população causado pela crise já chegou a países vizinhos, como a República Democrática do Congo, que já recebeu cerca de 1.800 refugiados, procedentes sobretudo de Bangui e hospedados em Zongo e Libenge.

*Atualizada às 10h54 do dia 13/12/2013

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Genebra -A ONU anunciou nesta sexta-feira que mais de 500 pessoas já morreram em Bangui, capital da República Centro-Africana, desde que em 5 de novembro começaram os enfrentamentos entre milícias locais.

O número de vítimas fatais deve aumentar nos próximos dias, segundo o porta-voz Alto Comissariado das Nações Unidas para os direitos humanos, Ravina Shamdasani.

"Embora a segurança tenha melhorado nos últimos dias em Bangui, seguimos alarmados pelo aumento da tensão entre comunidades religiosas no país", disse.

Segundo a ONU, em vários pontos da capital ocorreram ataques entre cristãos e muçulmanos nos últimos dias, nos quais várias pessoas morreram.

"Violações de direitos humanos muito sérias são cometidas por motivos religiosos, assim como saques e destruição de propriedades privadas. Uma mesquita foi incendiada e outra destruída no início desta semana em Bangui", denunciou a porta-voz.

A situação é também tensa em outras cidades do país, como Bouca, Bossangoa e Bozoum, onde há "um círculo vicioso de ataques e represálias".

Segundo a ONU, 27 muçulmanos foram assassinados ontem pelas milícias conhecidas como anti-Balaka, na cidade de Bohong, próxima Bouar.


Os enfrentamentos entre as milícias Seleka, de confissão muçulmana, e os grupos cristãos anti-Balaka, intensificaram-se na semana passada, horas antes da ONU autorizar a intervenção militar da França ao lado de uma força africana para proteger a população civil e restabelecer a ordem.

O conflito já provocou o deslocamento de 159 mil pessoas, que foram obrigadas a abandonar suas casas, segundo os últimos dados do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), que há três dias contabilizava este número em 108 mil.

"No aeroporto de Bangui vivem refugiadas cerca de 38 mil pessoas, sem acesso a banheiros, água corrente e sem um teto que os protejam da chuva e do sol", disse o porta-voz do Acnur, Adrian Edwards.

Além disso, aproximadamente 12 mil pessoas se instalaram na igreja Saint Joseph Mukassa, em Bangui.

Segundo Acnur, os deslocados necessitam urgentemente comida, abrigos, sabão e outros artigos de primeira necessidade e 460 destas pessoas precisam de assistência médica urgente, entre as quais se incluem 101 mulheres grávidas e três bebês recém-nascidos.

Por enquanto, a agência da ONU distribuiu ajuda humanitária a 3.500 famílias em Bangui, "um número ainda relativamente pequeno para as necessidades", admitiu Edwards.

O êxodo de população causado pela crise já chegou a países vizinhos, como a República Democrática do Congo, que já recebeu cerca de 1.800 refugiados, procedentes sobretudo de Bangui e hospedados em Zongo e Libenge.

*Atualizada às 10h54 do dia 13/12/2013

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