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Mortes russas na Síria disparam em 2017, aponta Reuters

Reuters estima que o saldo de mortes real de soldados e prestadores de serviço russos é de ao menos 40

Exército russo: nível real das baixas no conflito sírio é um assunto delicado para o governo Putin (Foto/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 2 de agosto de 2017 às 09h19.

Belorechensk, Rússia - Dez russos morreram combatendo na Síria este ano, de acordo com comunicados do Ministério da Defesa da Rússia.

Mas, com base em relatos de familiares e amigos dos mortos e de autoridades locais, a Reuters estima que o saldo de mortes real de soldados e prestadores de serviço russos é de ao menos 40.

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Esta cifra em sete meses ultrapassa os 36 efetivos armados e prestadores de serviço russos que a Reuters estima terem sido mortos na Síria durante os 15 meses anteriores, indicando um aumento considerável no índice de baixas nos campos de batalha à medida que o envolvimento do país no conflito aumenta.

A maioria das mortes relatadas pela Reuters foi confirmada por mais de uma fonte, incluindo pessoas que conheciam o morto ou autoridades locais. Em nove casos, a Reuters corroborou uma morte noticiada na mídia local ou em redes sociais com outra fonte.

Os dados ainda assim podem ser conservadores, já que os comandantes incentivam as famílias dos mortos a manterem silêncio, disseram parentes e amigos de vários combatentes mortos, tanto militares quanto contratados, sob condição de anonimato.

O nível real das baixas no conflito sírio é um assunto delicado em um país no qual a cobertura positiva da guerra tem destaque na mídia, e tendo em vista a eleição presidencial do ano que vem, que o atual presidente, Vladimir Putin, deve vencer.

A escala das baixas militares russas em tempos de paz é um segredo de Estado desde que Putin emitiu um decreto três meses antes de a Rússia iniciar sua operação na Síria. Embora Moscou não informe o total de baixas, de fato admite algumas mortes.

As discrepâncias nos dados podem ser explicadas em parte pelo fato de que a Rússia não reconhece abertamente que combatentes contratados lutam ao lado do Exército -- sua presença em solo sírio pareceria desconsiderar uma proibição legal à participação de civis em combates no exterior como mercenários.

Indagado sobre as descobertas mais recentes da Reuters, o Ministério da Defesa russo não respondeu.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres nesta quarta-feira que os cidadãos russos lutando ao lado de seu Exército são voluntários e que o Ministério da Defesa não os enviou à Síria.

"Se houver cidadãos russos na Síria como voluntários e tudo o mais, eles não têm nada a ver com o Estado", afirmou Peskov em resposta a uma pergunta sobre a reportagem da Reuters durante uma teleconferência diária com a mídia.

O governo já havia negado diminuir a cifra de baixas na Síria.

Meses depois de soldados morrerem, a Rússia admite discretamente algumas baixas, inclusive de prestadores de serviço para os militares.

Dos 40 mortos, a Reuters tem indícios de que 21 eram prestadores de serviço e 17 eram soldados. A condição dos dois restantes não está clara.

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