Mortes nos EUA pelo coronavírus superam Itália e casos passam meio milhão
Com 18.860 mortes, país ultrapassa a Itália, com 18.849 vítimas, segundo a Universidade Johns Hopkins, e se torna o país com o maior número de vítimas
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2020 às 13h26.
Última atualização em 13 de abril de 2020 às 18h37.
NOVA YORK - O número de casos de coronavírus nos Estados Unidos ultrapassou meio milhão no fim de semana do feriado de Páscoa, com 18.860 mortes, enquanto o presidente Donald Trump afirmou que a decisão sobre quando será seguro reabrir o país será a maior que ele já teve de tomar.
Com esse número, o país ultrapassa a Itália, com 18.849 vítimas, segundo o levantamento da Universidade Johns Hopkins, e se torna o país com o maior número de vítimas do mundo.
Especialistas em saúde pública alertaram que o número de mortos nos EUA poderá subir para 200.000 durante o verão se os pedidos sem precedentes para ficar em casa, que fecharam negócios e mantiveram a maioria dos norte-americanos em isolamento, forem suspensos depois de 30 dias.
Trump, buscando a reeleição em novembro, disse desejar que a vida volte ao normal o mais rápido possível e que as amplas restrições ao movimento destinadas a conter a propagação da doença Covid-19 causada pelo novo coronavírus carregam seus próprios custos à saúde pública e à economia.
"Vou ter que tomar uma decisão e espero por Deus que seja a decisão certa", disse ele a repórteres na sexta-feira. "É a maior decisão que eu já tive de tomar."
Trump afirmou que os fatos determinariam o próximo passo. Questionado sobre quais parâmetros ele usaria para fazer seu julgamento, ele apontou para sua testa: "Os parâmetros estão aqui, esses são os meus parâmetros."
As atuais diretrizes federais vão até 30 de abril.
O presidente terá que decidir se deve estendê-las ou começar a incentivar as pessoas a voltar ao trabalho e a um estilo de vida mais normal. Trump disse que iria divulgar um novo conselho consultivo, possivelmente na terça-feira, que incluirá alguns governadores estaduais e se concentrará no processo de reabertura da economia dos EUA.
O número de americanos que buscam benefícios de desemprego nas últimas três semanas ultrapassou 15 milhões, com novos pedidos semanais superando 6 milhões pela segunda vez consecutiva na semana passada.
O governo disse que a economia eliminou 701.000 empregos em março. Essa foi a maior perda de empregos desde a Grande Recessão e encerrou o maior boom de empregos na história dos EUA, iniciado no final de 2010.
A situação em Nova York
O governador do estado e o prefeito da cidade de Nova York estão em desacordo sobre se as escolas públicas do distrito de 1,1 milhão de estudantes serão fechadas pelo resto do ano acadêmico, para conter o coronavírus.
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse neste sábado que eles fechariam, mas o governador Andrew Cuomo respondeu rapidamente que era ele quem tomaria a decisão.
O governador diz que o fechamento das escolas teria que ser coordenado com os distritos que cercam a cidade. A disputa foi a mais recente de uma disputa de rancor entre os dois democratas. Os edifícios escolares no maior distrito escolar do país estão fechados desde 16 de março.
Em coletiva dada hoje, o governador de Nova York afirmou que o número de pessoas hospitalizadas está desacelerando. Foram 783 mortes reportadas hoje por Cuomo, ante 777 ontem. Na quinta, o estado havia reportado o recorde diário de vítimas fatais até agora, de 799 pessoas. O número total de mortos pela covid-19 em Nova York é de 8.627.