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Morte de preso palestino gera protestos e violência

O aumento da violência acontece em um ambiente cada vez mais tenso nos territórios palestinos


	Militantes participam do funeral de um preso palestino, em Hebron: milhares de pessoas acompanhavam o cortejo fúnebre
 (Hazem Bader/AFP)

Militantes participam do funeral de um preso palestino, em Hebron: milhares de pessoas acompanhavam o cortejo fúnebre (Hazem Bader/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2013 às 12h29.

Hebron - Os palestinos sepultaram nesta quinta-feira três pessoas - um preso de 64 anos morto em Israel e dois jovens mortos por disparos do Exército israelense -, em um clima de tensão e revolta nos Territórios Palestinos.

O funeral de Maisara Abu Hamdiye, um prisioneiro cuja polêmica morte na terça-feira em Israel provocou uma onda de manifestações, aconteceu em Hebron (sul da Cisjordânia).

Milhares de pessoas acompanhavam o cortejo fúnebre, muitos com a bandeira amarela do partido Fatah e outras com a verde do Hamas.

Ao mesmo tempo, Amer Nasser, de 17 anos, e seu primo Naji Balbisi, de 19, que morreram na quarta-feira à noite atingidos por tiros de soldados israelenses em um posto militar no norte da Cisjordânia, estavam envolvidos na bandeira palestina em Anabta, uma localidade próxima de Tulrakem.

Nasar e Balbisi morreram quando soldados israelenses abriram fogo em Tulkarem, norte da Cisjordânia, contra um grupo de palestinos que apedrejavam um posto de controle militar.

O corpo de Balbisi foi encontrado durante a madrugada de quinta-feira. O primo, com um tiro na cabeça, morreu na quarta-feira à noite no mesmo local e o corpo foi recuperado pouco depois, segundo fontes médicas e dos serviços de segurança palestinos.

Os dois jovens serão sepultados nesta quinta-feira em Tulkarem.


O exército israelense confirmou a descoberta de um corpo na manhã desta quinta-feira. Um porta-voz militar afirmou que os soldados abriram fogo contra um grupo de palestinos que lançavam bombas incendiárias contra o posto de controle.

Na Faixa de Gaza, um grupo armado disparou um obus de nesta quinta-feira contra o sul de Israel, sem provocar feridos.

O aumento da violência acontece em um ambiente cada vez mais tenso nos territórios palestinos.

O funeral de um preso político palestino, Maisara Abu Hamdiyeh, de 64 anos, cuja morte provocou desde terça-feira um movimento de protesto, está programado para Hebron (sul da Cisjordânia), sua cidade natal.

Novos confrontos em Hebron

O corpo de Hamdiyeh, enrolado na bandeira nacional palestina branca, preta e verde, foi transferido na quarta-feira ao necrotério do Instituto Médico Legal da Universidade Al-Quds em Abu Dis, nas imediações de Jerusalém Oriental, na presença de milhares de simpatizantes.

O corpo de Abu Hamdiye seria submetido a exames de necropsia antes do funeral.

O centro de Hebron é cenário de confrontos violentos nas últimas 48 horas.

Lojas, escolas, e escritórios permaneciam fechados pelo terceiro dia consecutivo na cidade, a de maior população na Cisjordânia, onde os habitantes decretaram uma greve geral de três dias em memória do "mártir" falecido.

A morte do prisioneiro político também provocou um movimento de protesto nas penitenciárias israelenses, onde 1.900 detentos palestinos estavam em greve de fome.

Segundo o advogado de Abu Hamdiye, o detento se queixava desde agosto de 2012 de fortes dores na garganta, mas foi tratado apenas com antibióticos pelas autoridades israelenses e até janeiro não passou por exames adequados, que finalmente "detectaram células cancerígenas".

O presidente palestino, Mahmud Abbas, e a Liga Árabe responsabilizaram o governo israelense e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pela morte de Abu Hamdiye.

Ex-general das forças de segurança da Autoridade Palestina, Abu Hamdiye foi detido em 2002 e condenado à prisão perpétua em 2007 por tentativa de assassinato.

"A direção palestina dá prioridade à questão dos presos e ao fim de seus sofrimentos", disse Abbas.

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