Morte de Kadafi é violação do direito internacional, diz Rússia
Governo russo argumenta que as Convenções de Genebra dizem claramente que um prisioneiro de guerra deve receber assistência médica se estiver ferido
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2011 às 13h51.
Moscou - A Rússia afirmou nesta sexta-feira que o ex-líder líbio, Muammar Kadafi , deveria ter sido preso e que sua morte nas mãos dos rebeldes é uma violação flagrante do direito internacional.
'Categoricamente, não deveriam ter matado Kadafi. Ele esgotou sua legitimidade há muito tempo, mas sua morte, da forma que aconteceu, desperta certamente muitas dúvidas', disse Sergei Lavrov, ministro de Relações Exteriores russo, em declarações à emissora de rádio 'Eco de Moscou'.
De acordo com Lavrov, 'o direito internacional diz que nos conflitos armados rege o direito humanitário, e na Líbia houve e há um conflito'.
'Estas regras estão corroboradas pelas Convenções de Genebra. Devemos nos guiar pelo direito internacional. Não existem outros critérios nos assuntos internacionais', afirmou.
Lavrov argumenta que estas convenções dizem claramente que um prisioneiro de guerra deve receber assistência médica se estiver ferido, como foi o caso de Kadafi na cidade líbia de Sirte.
'(Kadafi) foi aprisionado por um batalhão semiautônomo que não se subordina ao Conselho Nacional de Transição (CNT). As imagens que vimos pela televisão mostram que foi feito prisioneiro, estava ferido e foi morto', disse.
O ministro respaldou a proposta de abrir uma investigação internacional sobre a morte do ditador líbio, ideia ignorada pelo Kremlin no começo do conflito.
'Não é casualidade que o Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas expresse a necessidade de fazer uma investigação sobre todas as circunstâncias que rodearam a morte e tenho certeza que essa investigação será realizada', disse.
O porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Rupert Colville, afirmou em entrevista coletiva nesta sexta-feira que são necessários 'mais detalhes para poder assegurar com certeza se Kadafi morreu em algum tipo de enfrentamento ou se foi executado após sua captura'.
O chefe da diplomacia russa ressaltou a necessidade de que a operação militar da Otan no país receba a correspondente valorização do ponto de vista do direito internacional.
'Lembramos que quando os países aliados se comprometeram a cumprir a resolução do Conselho de Segurança asseguraram que seu objetivo era a defesa da população civil e não a eliminação de Kadafi', indicou.
Além disso, acrescentou, os aliados asseguraram que 'a mudança de regime deve ocorrer de maneira natural e nas mãos das forças do próprio povo líbio'.
'Agora falam de outra forma. Dizem que, finalmente, o objetivo está cumprido, quando esse objetivo não é o que o Conselho de Segurança marcou', disse.
Lavrov criticou o Ocidente por não apoiar a iniciativa de diálogo entre Trípoli e Benghazi proposta pela União Africana. Na sua opinião, Kadafi teria abandonado o poder de forma pacífica neste caso, e a perda de vidas humanas teria sido muito menor.
Lavrov também se referiu às mostras de satisfação que muitos líderes ocidentais tiveram após conhecer a notícia da morte de Kadafi, que governou a Líbia com mãos de ferro durante 42 anos. EFE
Moscou - A Rússia afirmou nesta sexta-feira que o ex-líder líbio, Muammar Kadafi , deveria ter sido preso e que sua morte nas mãos dos rebeldes é uma violação flagrante do direito internacional.
'Categoricamente, não deveriam ter matado Kadafi. Ele esgotou sua legitimidade há muito tempo, mas sua morte, da forma que aconteceu, desperta certamente muitas dúvidas', disse Sergei Lavrov, ministro de Relações Exteriores russo, em declarações à emissora de rádio 'Eco de Moscou'.
De acordo com Lavrov, 'o direito internacional diz que nos conflitos armados rege o direito humanitário, e na Líbia houve e há um conflito'.
'Estas regras estão corroboradas pelas Convenções de Genebra. Devemos nos guiar pelo direito internacional. Não existem outros critérios nos assuntos internacionais', afirmou.
Lavrov argumenta que estas convenções dizem claramente que um prisioneiro de guerra deve receber assistência médica se estiver ferido, como foi o caso de Kadafi na cidade líbia de Sirte.
'(Kadafi) foi aprisionado por um batalhão semiautônomo que não se subordina ao Conselho Nacional de Transição (CNT). As imagens que vimos pela televisão mostram que foi feito prisioneiro, estava ferido e foi morto', disse.
O ministro respaldou a proposta de abrir uma investigação internacional sobre a morte do ditador líbio, ideia ignorada pelo Kremlin no começo do conflito.
'Não é casualidade que o Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas expresse a necessidade de fazer uma investigação sobre todas as circunstâncias que rodearam a morte e tenho certeza que essa investigação será realizada', disse.
O porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Rupert Colville, afirmou em entrevista coletiva nesta sexta-feira que são necessários 'mais detalhes para poder assegurar com certeza se Kadafi morreu em algum tipo de enfrentamento ou se foi executado após sua captura'.
O chefe da diplomacia russa ressaltou a necessidade de que a operação militar da Otan no país receba a correspondente valorização do ponto de vista do direito internacional.
'Lembramos que quando os países aliados se comprometeram a cumprir a resolução do Conselho de Segurança asseguraram que seu objetivo era a defesa da população civil e não a eliminação de Kadafi', indicou.
Além disso, acrescentou, os aliados asseguraram que 'a mudança de regime deve ocorrer de maneira natural e nas mãos das forças do próprio povo líbio'.
'Agora falam de outra forma. Dizem que, finalmente, o objetivo está cumprido, quando esse objetivo não é o que o Conselho de Segurança marcou', disse.
Lavrov criticou o Ocidente por não apoiar a iniciativa de diálogo entre Trípoli e Benghazi proposta pela União Africana. Na sua opinião, Kadafi teria abandonado o poder de forma pacífica neste caso, e a perda de vidas humanas teria sido muito menor.
Lavrov também se referiu às mostras de satisfação que muitos líderes ocidentais tiveram após conhecer a notícia da morte de Kadafi, que governou a Líbia com mãos de ferro durante 42 anos. EFE