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Mursi, improvável candidato da Irmandade Muçulmana

Em poucos dias a Irmandade teve que imprimir com urgência novos cartazes com a imagem do improvável candidato e construir uma imagem presidencial

Militante de um grupo anti-Israel, o Comitê de Resistência ao Sionismo, dedicou a maior parte de suas atividades à Irmandade Muçulmana (©AFP/arquivo / Str)

Militante de um grupo anti-Israel, o Comitê de Resistência ao Sionismo, dedicou a maior parte de suas atividades à Irmandade Muçulmana (©AFP/arquivo / Str)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2012 às 13h17.

Cairo - O candidato da Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi, que enfrentará no segundo turno das eleições presidenciais egípcias um ex-funcionário da era Mubarak, Ahmad Shafiq, surpreendeu ao superar sua falta de carisma graças à imensa rede militante da irmandade.

Mursi é chamado de "step" por ter substituído o candidato inicial do partido, Jairat al-Shater, excluído por uma antiga condenação estabelecida na época tempo de Mubarak.

Em poucos dias a Irmandade teve que imprimir com urgência novos cartazes com a imagem do improvável candidato e construir uma imagem presidencial.

Pouco impressionado pelo apelido tão pouco lisonjeiro, Mursi se vangloria por dirigir o Partido da Justiça e a Liberdade (PLJ), vitrine política da Irmandade Muçulmana e o mais poderoso do país, com quase metade dos assentos do novo Parlamento.

Trata-se de uma posição de poder que suscita preocupação em seus rivais, que se opõem à ideia de islamitas nos poderes Executivo e Legislativo.

Formado em Engenharia em uma universidade americana, Mursi, de 60 anos, se candidatou como o "único candidato com programa islamita", defensor de um "projeto de renascimento" baseado nos princípios do Islã.

Na campanha, disse que deseja relações "mais equilibradas" com os Estados Unidos e ameaça revisar o tratado de paz com Israel se os Estados Unidos bloquearem sua ajuda ao Egito.

Pouco carismático, com olhar tímido nos cartazes e postura defensiva em suas primeiras aparições públicas, Mursi não tinha o perfil de favorito para muitos especialistas.

Mas, ao longo da campanha, foi adquirindo segurança e se beneficiou, além disso, da rede de militantes da Irmandade Muçulmana.

Há décadas a Irmandade Muçulmana participa da política e é muito ativa nos planos social e assistencial, assim como entre os sindicatos profissionais.

Nos últimos atos públicos de Mursi no Cairo, milhares de participantes gritaram seu nome com o hino de um clube de futebol de fundo e utilizando o lema "Queremos Mursi como presidente!".

"Enfrentamos a campanha negativa da imprensa falando pessoalmente com as pessoas", disse à AFP, Essam al-Eriane, vice-presidente do partido PLJ.

A decisão da Irmandade de apresentar um candidato nas eleições presidenciais, depois de ter prometido não fazê-lo, suscitou tensões internas.

Mursi nasceu no governo de Charqiya, no delta do Nilo. Formado em engenharia pela Universidade do Cairo em 1975, se doutorou, em 1982, pela Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos.

Militante de um grupo anti-Israel, o Comitê de Resistência ao Sionismo, dedicou a maior parte de suas atividades à Irmandade Muçulmana.

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