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Morales vence eleições na Bolívia e garante terceiro mandato

Evo Morales, de 54 anos, conseguiu uma vantagem de quase 40 pontos sobre o segundo colocado, o empresário Samuel Doria Medina, segundo pesquisas de consultorias

Morales: ele saudou os simpatizantes na Praça Murillo, no centro histórico de La Paz (David Mercado/Reuters)

Morales: ele saudou os simpatizantes na Praça Murillo, no centro histórico de La Paz (David Mercado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2014 às 18h38.

O presidente boliviano Evo Morales conquistou uma grande vitória nas eleições de domingo, segundo pesquisas de boca de urna que apontam mais de 60% dos votos, o que garantiu um terceiro mandato consecutivo até 2020.

"Muito obrigado irmãs e irmãos por este novo triunfo do povo boliviano. Este triunfo está dedicado aos que lutam contra o imperialismo. Está dedicado a Fidel Castro e a Hugo Chávez, que em paz descanse", disse o presidente ao celebrar a reeleição.

Morales, de 54 anos, conseguiu uma vantagem de quase 40 pontos sobre o segundo colocado, o empresário Samuel Doria Medina, segundo pesquisas das consultorias Equipos Mori e Ipsos.

Doria Medina, de 55 anos, tinha pouco mais de 20% dos votos, segundo as pesquisas.

O Tribunal Eleitoral suspendeu a apuração oficial após contabilizar menos de 3% dos votos e deve retomar os trabalhos nesta segunda-feira.

Morales, um grande defensor da folha de coca e crítico dos Estados Unidos, saudou os simpatizantes na Praça Murillo, no centro histórico de La Paz.

"Este é o triunfo dos anticolonialistas e dos anti-imperialistas", afirmou Morales, enquanto a multidão gritava "Pátria sim, colônia não".

No poder desde 2006, Morales, primeiro presidente indígena da Bolívia, precisava de 50% mais um dos votos para garantir a reeleição sem a necessidade de segundo turno. Na eleição de 2009, recebeu 64% dos votos.

De acordo com uma apuração extra-oficial, o governo deve manter a maioria absoluta no Congresso, um dos objetivos de Morales.

Milhares de bolivianos saíram às ruas de La Paz e das principais cidades do país para festejar a vitória de Morales, que surpreendeu ao vencer pela primeira vez em Santa Cruz (leste).

No departamento, motor econômico da Bolívia e que concentrou por um período a oposição mais radical à política de Morales (indigenista, antiamericana e estatizante), o presidente conseguiu um apoio surpreendente, favorecido pelo crescimento econômico e o bom momento dos negócios.

Segundo o FMI, a Bolívia deve registrar crescimento de 6,5% do PIB em 2014, o maior da região.

"A vitória esmagadora de Morales é um reconhecimento da gestão do governo e mostra que a oposição nunca teve uma visão de país", disse o analista Reymi Ferreira, professor da Universidade Gabriel René Moreno de Santa Cruz.

Para o analista político Rolando Ramos, depois da vitória de Morales "a oposição boliviana deve ler a mensagem e refletir".

"Deve buscar a união e renovar as lideranças", disse.

Novo líder da oposição, Doria Medina disse que agora é necessário garantir que "não aconteçam mais reeleições, que a Constituição seja cumprida e que a economia seja administrada de maneira adequada".

O presidente e líder cocalero, nascido em uma família aymara e pastor de lhamas na infância, governa desde 2006 e com a reeleição garantiu mandato até 2020.

Ele pode se tornar o presidente de maior permanência contínua no poder na Bolívia, com 14 anos, superando o marechal Andrés de Santa Cruz, que no século XIX governou por nove anos e nove meses.

Além dos dois candidatos principais, também estavam na disputa eleitoral o ex-presidente liberal Jorge "Tuto" Quiroga (9%), Juan del Granado (3%), um ex-aliado de Morales, e Fernando Vargas (3%), um indígena ecologista.

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