Morales suspende estrada que provoca protestos indígenas
A decisão do presidente ocorre um dia após a violenta repressão da polícia contra indígenas que participavam da marcha em direção a La Paz
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2011 às 23h50.
La Paz - O presidente da Bolívia , Evo Morales, suspendeu o projeto de construção da estrada que cortaria uma reserva ecológica na Amazônia boliviana, até que as partes envolvidas sejam consultadas, informou na noite desta segunda-feira a Casa de Governo.
"Enquanto houver este debate nacional e para que os departamentos decidam, fica suspenso o projeto de estrada sobre o Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure", destacou o presidente.
Morales não revelou quando e como ocorrerá a consulta, mas funcionários do governo avaliam que tal processo exigirá de seis meses a um ano.
"Quero salvar um compromisso diante da história e do povo boliviano, especialmente diante dos departamentos (de Beni e Pando), para que haja um debate nacional, um debate do povo boliviano, que decidirá".
"Que seja o povo a decidir, especialmente nos dois departamentos, o que o governo nacional já decidiu apenas cumprindo as leis e atendendo aos pedidos", destacou Morales.
A decisão do presidente ocorre um dia após a violenta repressão da polícia contra indígenas que participavam da marcha em direção a La Paz para protestar contra a estrada.
A operação policial ocorreu em Yucumo, onde os indígenas foram retirados de suas barracas e, colocados à força em ônibus que seguiram para San Borja.
Morales anunciou uma investigação "para identificar todos os agressores", porque "o dia de ontem é imperdoável pelo que vimos na televisão", mas lembrou que os manifestantes agrediram o chanceler David Choquehuanca (no sábado) e que "há policiais feridos".
O presidente propôs a criação de "uma comissão de alto nível, com organismos internacionais e o defensor do Povo, para que haja uma profunda investigação sobre os fatos de ontem...".
Nesta segunda-feira, habitantes da localidade de Rurrenabaque libertaram cerca de 300 indígenas detidos na véspera e tomaram o aeroporto local, onde a pista de pouso foi bloqueada para evitar o traslado de manifestantes presos.
Diante do repúdio nacional com a repressão, a ministra da Defesa, Cecilia Chacón, enviou uma carta a Evo Morales informando sua renúncia após a ação "injustificável" da polícia quando "existem outras alternativas".
O dirigente indígena Rafael Quispe ficou surpreso com a ação "brutal" da polícia: "não entendemos esta atitude de um governo que se diz indígena e ataca os indígenas".
A violência policial contra os manifestantes, que não poupou mulheres e crianças, provocou protestos com milhares de pessoas nas cidades de La Paz, Cochabamba e Santa Cruz, além de uma greve cívica na região de Beni.
A estrada em questão é parte da rodovia que unirá os oceanos Pacífico e Atlântico e promoverá o comércio na América do Sul. O projeto é financiado pelo Brasil, com custo total de 415 milhões de dólares.
Brasília reagiu nesta segunda-feira aos incidentes manifestando "sua confiança em que o governo boliviano e os diferentes setores da sociedade continuarão favorecendo o diálogo e a negociação em busca de um entendimento sobre o traçado da estrada".
La Paz - O presidente da Bolívia , Evo Morales, suspendeu o projeto de construção da estrada que cortaria uma reserva ecológica na Amazônia boliviana, até que as partes envolvidas sejam consultadas, informou na noite desta segunda-feira a Casa de Governo.
"Enquanto houver este debate nacional e para que os departamentos decidam, fica suspenso o projeto de estrada sobre o Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure", destacou o presidente.
Morales não revelou quando e como ocorrerá a consulta, mas funcionários do governo avaliam que tal processo exigirá de seis meses a um ano.
"Quero salvar um compromisso diante da história e do povo boliviano, especialmente diante dos departamentos (de Beni e Pando), para que haja um debate nacional, um debate do povo boliviano, que decidirá".
"Que seja o povo a decidir, especialmente nos dois departamentos, o que o governo nacional já decidiu apenas cumprindo as leis e atendendo aos pedidos", destacou Morales.
A decisão do presidente ocorre um dia após a violenta repressão da polícia contra indígenas que participavam da marcha em direção a La Paz para protestar contra a estrada.
A operação policial ocorreu em Yucumo, onde os indígenas foram retirados de suas barracas e, colocados à força em ônibus que seguiram para San Borja.
Morales anunciou uma investigação "para identificar todos os agressores", porque "o dia de ontem é imperdoável pelo que vimos na televisão", mas lembrou que os manifestantes agrediram o chanceler David Choquehuanca (no sábado) e que "há policiais feridos".
O presidente propôs a criação de "uma comissão de alto nível, com organismos internacionais e o defensor do Povo, para que haja uma profunda investigação sobre os fatos de ontem...".
Nesta segunda-feira, habitantes da localidade de Rurrenabaque libertaram cerca de 300 indígenas detidos na véspera e tomaram o aeroporto local, onde a pista de pouso foi bloqueada para evitar o traslado de manifestantes presos.
Diante do repúdio nacional com a repressão, a ministra da Defesa, Cecilia Chacón, enviou uma carta a Evo Morales informando sua renúncia após a ação "injustificável" da polícia quando "existem outras alternativas".
O dirigente indígena Rafael Quispe ficou surpreso com a ação "brutal" da polícia: "não entendemos esta atitude de um governo que se diz indígena e ataca os indígenas".
A violência policial contra os manifestantes, que não poupou mulheres e crianças, provocou protestos com milhares de pessoas nas cidades de La Paz, Cochabamba e Santa Cruz, além de uma greve cívica na região de Beni.
A estrada em questão é parte da rodovia que unirá os oceanos Pacífico e Atlântico e promoverá o comércio na América do Sul. O projeto é financiado pelo Brasil, com custo total de 415 milhões de dólares.
Brasília reagiu nesta segunda-feira aos incidentes manifestando "sua confiança em que o governo boliviano e os diferentes setores da sociedade continuarão favorecendo o diálogo e a negociação em busca de um entendimento sobre o traçado da estrada".