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Morales faz campanha para descriminalizar folha de coca

Presidente boliviano quer que ONU aprove uma emenda para reparar danos causados por "interpretações equivocadas"

Morales apresenta a folha de coca à ONU: decisão de 1961 da organização proibiu o consumo (Spencer Platt/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2011 às 11h07.

Brasília – O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou que vai lançar uma campanha internacional na Organização das Nações Unidas (ONU) para aprovar uma emenda que “repare” os danos causados pelas interpretações supostamente equivocadas sobre a folha de coca. Morales lembrou que mastigar a folha de coca faz parte da cultura dos bolivianos e de outros latino-americanos. Segundo ele, a folha de coca deve deixar de ser "criminalizada e satanizada".

"A folha de coca em seu estado natural é consumida pela população da Bolívia, do Peru, da Colômbia, do Equador, do Norte da Argentina e também há outros fins tradicionais, religiosos e medicinais", disse o presidente. As informações são da imprensa oficial, a Agência Boliviana de Notícias (ABN).

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Para Morales, por falta de informações adequadas houve uma decisão referendada pela ONU, em 1961, proibindo o consumo da planta em seu estado natural. De acordo com o presidente, o consumo, como rege a tradição boliviana, "não faz mal à saúde nem causa dependência".

"Meu objetivo [ao lançar esta campanha] é reparar o dano histórico envolvendo a folha de coca a partir da Convenção de 1961", disse Morales. "Há motivos de ordem legal, científica, social e cultural [para esta campanha]. O nosso desafio é continuar a 'desmonizar' o uso da folha de coca para o consumo tradicional", afirmou.

Por determinação de Morales, o ministro das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, viaja à Europa na próxima semana para promover uma campanha destinada a aprovar a emenda que altera a Convenção de 1961. Morales disse que vai tentar falar diretamente com alguns chefes de Estado e de governo de vários países para negociar a mudança sugerida por ele. "[Os países] devem prestar contas com a história e a tradição, como o uso de folha de coca", disse.

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