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Morales deve assinar hoje lei que suspende construção de estrada

A obra, que foi alvo de protestos, contava com cooperação do Brasil

Indígenas caminharam por 65 dias em protesto contra a construção (AFP)

Indígenas caminharam por 65 dias em protesto contra a construção (AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2011 às 08h14.

Brasília - O presidente da Bolívia, Evo Morales, prepara-se para assinar ainda hoje (25) a lei que suspende a construção da estrada Villa Tunari-San Ignacio de Moxos, que contava com recursos do Brasil. Indígenas caminharam por 65 dias em protesto contra a construção. Ontem (24), Morales anunciou a decisão de suspender a obra, e a Assembleia Legislativa boliviana aprovou a decisão ratificando-a em texto. A discussão sobre o fim da construção durou cerca de cinco horas no Parlamento.

Há um mês, o Itamaraty reiterou o apoio às obras, informando que o governo brasileiro confirmava “a disposição de cooperar com a Bolívia”, pois se trata de um projeto “de grande importância para a integração nacional” e “atende aos parâmetros relativos a impacto social e ambiental previstos na legislação boliviana”.

O vice-presidente da Bolívia, Alvaro Garcia Linera, participou diretamente das negociações com os parlamentares. Mais de dois terços deles aprovaram a suspensão das obras. Os debates em torno do assunto duraram dois meses e meio, envolvendo protestos que acabaram em violência e em três pedidos de demissão de ministros.

A controvérsia envolvendo a construção é gerada pelo fato de a estrada Villa Tunari San Ignacio de Moxos cortar o Parque Nacional Isiboro Seguro – maior reserva indígena do país. A proibição está no segundo parágrafo do texto aprovado ontem. O documento trata a reserva como de “natureza intangível”.

Para chegar a um consenso com os indígenas, Morales aceitou ontem negociar 16 pontos exigidos pelos líderes do movimento, inclusive a suspensão da construção da estrada. Foi a segunda vez, em menos de um ano, que o boliviano mudou decisões de governo para atender a demandas sociais. Na outra ocasião, houve uma série de protestos contra o aumento do preço da gasolina e, consequentemente, das tarifas relacionadas ao combustível. Com informações da agência pública de notícias da Bolívia, ABI.

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