Montanhas de lixo nas ruas agravam mau momento de Madri
"Madri como cidade está mal", declarou Hilario Alfaro, presidente da Confederação de Comércio de Madri
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2013 às 19h45.
Madri - Afetada pela perda de turistas e decepcionada por perder a sede olímpica de 2020 para Tóquio, Madri agora vê as montanhas de lixo que se amontoam em suas ruas como mais um problema em meio ao "pior momento" para a capital espanhola.
"Madri como cidade está mal", declarou à AFP Hilario Alfaro, presidente da Confederação de Comércio de Madri. "Somaram-se vários fatores difíceis de se juntarem em tão pouco tempo: Madri não foi escolhida cidade olímpica, houve uma queda no turismo e agora temos a greve da limpeza", lamentou.
Após mais de uma semana de greve dos serviços de limpeza, papéis sujos, garrafas quebradas e restos de comida estragada se amontoavam nas calçadas, em frente às escolas ou aos terraços dos bares.
"Por enquanto é suportável, mas terão que fazer algo logo porque vai começar a cheirar mal", comentou Anna Shultz, turista alemã de 20 anos.
Para outros, a situação, divulgada com fotos impressionantes pela imprensa internacional, já é desanimadora.
"Hoje começaram a chegar notícias dos primeiros cancelamentos", admitiu nesta quarta-feira, nono dia de greve, o presidente da Associação de Empresas Hoteleiras de Madri.
"Se a greve continuar nos próximos dias, vai começar a afetar de forma muito séria" o setor turístico, acrescentou, destacando que a capital espanhola tem sofrido, sobretudo, com a queda do turismo internacional.
O número de visitantes estrangeiros em Madri caiu 22% em agosto passado com relação ao mesmo mês do ano anterior, derrubando o total de turistas nos primeiros oito meses de 2013 para 2,76 milhões, 7,7% a menos que no mesmo período de 2012, enquanto no país como um todo aumentou 4,5%.
Por isso, a capital, situada no centro da Espanha, longe dos atrativos arquitetônicos de Barcelona e das praias do Mediterrâneo, sofreu uma reformulação de imagem.
Uma tarifa de táxi fixa até o aeroporto pretendia tranquilizar os turistas em relação a possíveis fraudes e novas multas contra atividades como prostituição, mendicância ou urinar na rua visavam a dar uma imagem melhor da cidade.
Mas é exatamente o contrário que está acontecendo por causa da greve dos garis em protesto contra o plano das empresas de limpeza contratadas pela prefeitura de cortar entre 625 e 1.134 de seus 6.000 empregos e reduzir entre 12% e 40% dos salários.
"Não só não estamos fazendo uma comunicação positiva, mas o lixo está dando uma imagem negativa de Madri. Esse é o grande problema que temos atualmente", lamentou Gil, advertindo: "Isto pode nos afetar bastante, não agora mesmo, mas nos próximos meses".
"Isto acontece no pior momento", admitiu Alfaro. "Esperamos que isto seja solucionado quando começar a campanha de Natal, no fim de novembro", continuou, mostrando preocupação com uma nova ameaça às vendas, que não param de cair desde que estourou a crise econômica em 2008.
Diante do acúmulo de lixo, muitos responsabilizam a prefeita da capital, Ana Botella, esposa do ex-chefe do governo conservador José María Aznar, que chegou ao posto sem ser votada para substituir o então prefeito Alberto Ruiz-Gallardón, que foi nomeado ministro da Justiça.
Sua gestão, já criticada em outras áreas, agora vê a redução do orçamento da limpeza municipal se voltar contra ela.
Nesta quarta-feira, a prefeita denunciou "uma greve selvagem" e atribuiu a responsabilidade às empresas terceirizadas, acusando-as de descumprir os serviços mínimos apesar de a prefeitura ter colocado escolta policial para reprimir os piquetes.
Botella, de 59 anos, foi muito criticada em novembro de 2012, após a morte de cinco jovens em uma confusão durante uma festa municipal, e em setembro deste ano, depois que Madri perdeu para Tóquio a organização dos Jogos Olímpicos de 2020.
"É uma pena, não têm sorte", disse Joan Simões, turista português de 30 anos, a respeito dos madrilenhos. "Já perderam os Jogos Olímpicos e se, além disso não tiverem turistas, será difícil", continuou.
Madri - Afetada pela perda de turistas e decepcionada por perder a sede olímpica de 2020 para Tóquio, Madri agora vê as montanhas de lixo que se amontoam em suas ruas como mais um problema em meio ao "pior momento" para a capital espanhola.
"Madri como cidade está mal", declarou à AFP Hilario Alfaro, presidente da Confederação de Comércio de Madri. "Somaram-se vários fatores difíceis de se juntarem em tão pouco tempo: Madri não foi escolhida cidade olímpica, houve uma queda no turismo e agora temos a greve da limpeza", lamentou.
Após mais de uma semana de greve dos serviços de limpeza, papéis sujos, garrafas quebradas e restos de comida estragada se amontoavam nas calçadas, em frente às escolas ou aos terraços dos bares.
"Por enquanto é suportável, mas terão que fazer algo logo porque vai começar a cheirar mal", comentou Anna Shultz, turista alemã de 20 anos.
Para outros, a situação, divulgada com fotos impressionantes pela imprensa internacional, já é desanimadora.
"Hoje começaram a chegar notícias dos primeiros cancelamentos", admitiu nesta quarta-feira, nono dia de greve, o presidente da Associação de Empresas Hoteleiras de Madri.
"Se a greve continuar nos próximos dias, vai começar a afetar de forma muito séria" o setor turístico, acrescentou, destacando que a capital espanhola tem sofrido, sobretudo, com a queda do turismo internacional.
O número de visitantes estrangeiros em Madri caiu 22% em agosto passado com relação ao mesmo mês do ano anterior, derrubando o total de turistas nos primeiros oito meses de 2013 para 2,76 milhões, 7,7% a menos que no mesmo período de 2012, enquanto no país como um todo aumentou 4,5%.
Por isso, a capital, situada no centro da Espanha, longe dos atrativos arquitetônicos de Barcelona e das praias do Mediterrâneo, sofreu uma reformulação de imagem.
Uma tarifa de táxi fixa até o aeroporto pretendia tranquilizar os turistas em relação a possíveis fraudes e novas multas contra atividades como prostituição, mendicância ou urinar na rua visavam a dar uma imagem melhor da cidade.
Mas é exatamente o contrário que está acontecendo por causa da greve dos garis em protesto contra o plano das empresas de limpeza contratadas pela prefeitura de cortar entre 625 e 1.134 de seus 6.000 empregos e reduzir entre 12% e 40% dos salários.
"Não só não estamos fazendo uma comunicação positiva, mas o lixo está dando uma imagem negativa de Madri. Esse é o grande problema que temos atualmente", lamentou Gil, advertindo: "Isto pode nos afetar bastante, não agora mesmo, mas nos próximos meses".
"Isto acontece no pior momento", admitiu Alfaro. "Esperamos que isto seja solucionado quando começar a campanha de Natal, no fim de novembro", continuou, mostrando preocupação com uma nova ameaça às vendas, que não param de cair desde que estourou a crise econômica em 2008.
Diante do acúmulo de lixo, muitos responsabilizam a prefeita da capital, Ana Botella, esposa do ex-chefe do governo conservador José María Aznar, que chegou ao posto sem ser votada para substituir o então prefeito Alberto Ruiz-Gallardón, que foi nomeado ministro da Justiça.
Sua gestão, já criticada em outras áreas, agora vê a redução do orçamento da limpeza municipal se voltar contra ela.
Nesta quarta-feira, a prefeita denunciou "uma greve selvagem" e atribuiu a responsabilidade às empresas terceirizadas, acusando-as de descumprir os serviços mínimos apesar de a prefeitura ter colocado escolta policial para reprimir os piquetes.
Botella, de 59 anos, foi muito criticada em novembro de 2012, após a morte de cinco jovens em uma confusão durante uma festa municipal, e em setembro deste ano, depois que Madri perdeu para Tóquio a organização dos Jogos Olímpicos de 2020.
"É uma pena, não têm sorte", disse Joan Simões, turista português de 30 anos, a respeito dos madrilenhos. "Já perderam os Jogos Olímpicos e se, além disso não tiverem turistas, será difícil", continuou.