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Modi promete mudanças após derrotar dinastia Nehru-Gandhi

Triunfo foi bem recebido nos mercados de ações do país e houve comemorações entusiasmadas nos escritórios do seu partido Bharatiya Janata

Telão na bolsa de Bombaim anuncia a vitória de Narendra Modi, do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata, nas eleições para primeiro-ministro da Índia (Vivek Prakash/Bloomberg)

Telão na bolsa de Bombaim anuncia a vitória de Narendra Modi, do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata, nas eleições para primeiro-ministro da Índia (Vivek Prakash/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2014 às 22h51.

Nova Délhi - O nacionalista hindu Narendra Modi obteve uma vitória retumbante na eleição da Índia nesta sexta-feira, arrasando a dinastia governante Nehru-Gandhi em uma mudança política que dá aos hindus e ao seu partido um mandato para realizar grandes reformas econômicas.

O grande triunfo de Modi, a vitória eleitoral mais veemente que a Índia viu em 30 anos, foi bem recebido nos mercados de ações do país e houve comemorações entusiasmadas nos escritórios do seu partido Bharatiya Janata (BJP, na sigla em hindi), onde seus apoiadores dançaram, soltaram fogos de artifício e ofereceram doces.

É praticamente certo que o BJP obterá uma maioria parlamentar, o que dá ao ex-vendedor de chá de 63 anos larga margem para levar adiante reformas iniciadas 23 anos atrás pelo atual primeiro-ministro, Manmohan Singh, mas que empacaram nos últimos anos.

Falando a um mar de pessoas vestidas com os tons laranja do partido e entoando o seu nome em Gujarat, seu Estado de origem, Modi agradeceu à nação e imediatamente abordou os temores de que as suas inclinações pró-hindus iriam escantear as minorias.

“A era das divisões políticas terminou, de hoje em diante começa a política de união das pessoas”, declarou Modi. “Queremos mais força para o bem-estar do país... vejo uma Índia gloriosa e próspera”.

O Partido do Congresso, de Singh, sofreu a sua pior derrota nas urnas, um grande incentivo à meta de Modi de acabar com o domínio da família Nehru-Gandhi, que governou durante a maior parte dos 67 anos desde a independência indiana.

Singh, cuja legenda parece ter obtido menos de 50 dos 543 assentos no Parlamento, parabenizou Modi por telefone. A presidente do partido, Sonia Gandhi, e seu filho Rahul admitiram a derrota rapidamente.

O desejo de mudança foi tão forte que os eleitores puseram de lado as preocupações com as políticas de Modi supostamente favoráveis aos hindus.

“A economia da Índia estava na inércia. Temos esperança de que ele irá reerguê-la, que irá criar empregos”, disse Shailesh Jha, de 29 anos, que abraçava um grupo de amigos radiantes no diretório do BJP em Délhi.

Jha ecoou o sentimento dos que acreditaram nas promessas de Modi de crescimento econômico para atender às exigências dos milhões de jovens que chegam à idade de trabalhar a cada ano e que poderiam fortalecer a produtividade do país se encontrassem empregos.

Com mais de seis vezes o número de cadeiras do seu rival mais próximo, o mandato de Modi é o mais decisivo para um líder desde que o assassinato da premiê Indira Gandhi, em 1984, conduziu seu filha ao cargo. Desde 1989, a Índia é governada por coalizões.

Às 13h30 (horário de Brasília), o BJP tinha conquistado ou estava conquistando 282 assentos no Parlamento, segundo as tendências de voto, ultrapassando com folga a marca de 272 cadeiras necessárias para governar.

Uma aliança liderada pelo partido tinha uma vantagem de 340 cadeiras, disse o canal de televisão NDTV.

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