Minas terrestres: "Moçambique serve de esperança aos demais países ao mostrar que é possível" (HALO Trust / Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2015 às 13h16.
Genebra - Moçambique anunciou nesta terça-feira às delegações que participam da 14ª Reunião dos Estados-membros da Convenção Internacional contra Minas Antipessoais, que seu território ficou livre destes artefatos.
"O maior sucesso é que o ano 2015 será o primeiro em décadas sem novas vítimas de minas antipessoais", declarou o embaixador moçambicano perante a Organização das Nações Unidas (ONU), Pedro Comissario.
Moçambique atingiu este objetivo 22 anos depois do fim da guerra civil, que o transformou em um dos países com mais minas do mundo, ao lado de Afeganistão, Sudão e Camboja.
Durante este período, a situação mobilizou muitas personalidades internacionais, como a princesa Diana, que pediam a desativação desses explosivos.
Pedro Comissario afirmou que agora o país terá grandes oportunidades de desenvolvimento e que a população poderá viver sem medo.
Já o diretor do Instituto Nacional de Desminagem (IND), Alberto Augusto, que esteve à frente desses trabalhos por mais de uma década, lembrou que "dezenas de milhares" de sobreviventes continuam precisando de ajuda e reabilitação, assim como oportunidades para reinserção social e econômica.
"Moçambique serve de esperança aos demais países ao mostrar que conseguir uma das principais obrigações da Convenção é possível", acrescentou.
A reunião dos 162 Estados-membros da Convenção Internacional contra Minas Antipessoais, que acontece esta semana em Genebra (Suíça), tem como um dos temas principais ampliar e melhorar a assistência aos sobreviventes das minas.
O ano de 2014 registrou dez vítimas de minas antipessoais por dia no mundo todo, o que demonstra que o problema continua sendo atual.