A saúde de Mladic é uma das principais dúvidas para que o julgamento seja realizado sem atrasos (Serge Ligtenberg/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2011 às 08h03.
Haia - O ex-líder militar servo-bósnio Ratko Mladic não quis nesta sexta-feira se declarar culpado ou inocente em relação às 11 acusações pelas quais responde no Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII).
Perguntado se era culpado ou inocente, Mladic disse precisar de mais tempo para estudar acusações que qualificou como "detestáveis". Por isso, os juízes marcaram um segundo comparecimento do ex-genereal para o dia 4 de julho.
O suposto criminoso de guerra considerou "monstruosas" algumas das palavras contidas no resumo lido pelo juiz, e garantiu não ter ouvido falar de acusações desse tipo.
Mladic é acusado de genocídio pelo massacre de cerca de 8 mil muçulmanos na cidade bósnia de Srebrenica em 1995, e também de vários crimes de guerra e contra a humanidade supostamente ocorridos durante o assédio a Sarajevo.
Com aspecto envelhecido, o suposto criminoso de guerra escutou com seriedade e durante muito tempo com os olhos fechados o resumo da acusação que o juiz holandês Alphons Orie leu na sala.
O ex-general servo-bósnio disse ser "um homem gravemente doente", e solicitou aos juízes uma sessão particular para lhes dar detalhes de seus problemas físicos.
A saúde de Mladic é uma das principais dúvidas para que o julgamento seja realizado sem atrasos. O TPII assegurou que, enquanto ele estiver detido em Haia, o exmilitar servo-bósnio receberá os melhores cuidados médicos possíveis.
Enquanto isso, o advogado do acusado na Sérvia, Milos Saljic, declarou que Mladic sofre de um câncer linfático e está no hospital da prisão do Tribunal.