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Mistério da morte da aviadora Amelia Earhart está perto do fim?

Com a ajuda de cães farejadores, pesquisadores esperam encontrar os restos mortais da aviadora que desapareceu em 1937 com o navegador Fred Noonan

A aviadora Amelia Earhart e o navegador Fred Noonan em 1937: dupla desapareceu no Oceano Pacífico (Topical Press Agency / Stringer/Getty Images)

A aviadora Amelia Earhart e o navegador Fred Noonan em 1937: dupla desapareceu no Oceano Pacífico (Topical Press Agency / Stringer/Getty Images)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 26 de junho de 2017 às 11h09.

Última atualização em 26 de junho de 2017 às 14h04.

São Paulo - Em 2 julho de 1937, uma das maiores aviadoras da história estava próxima de completar a volta ao mundo ao lado de seu navegador. Entretanto, Amelia Earhart, então 39 anos, e Fred Noonan, 46, infelizmente não chegaram ao fim da jornada.

A dupla decolou de Lae, na Papua-Nova Guiné, com destino às Ilha Howland, e nunca mais foram vistos. A aeronave Lockheed 10E Electra sumiu e os corpos de Amelia e Fred jamais foram encontrados, transformando o caso em um dos maiores mistérios da aviação.

Quase 80 anos depois do incidente, um grupo de pesquisadores do The International Group for Historic Aircraft Recovery (TIGHAR), apoiado pelo Projeto Earhart, parece estar prestes a colocar um ponto final nessa história.

No último final de semana, o grupo iniciou uma nova expedição no Pacífico em busca dos restos mortais de Amelia e Noonan. Dessa vez, no entanto, terá o auxílio não apenas do conhecimento de anos de investigação, mas de quatro simpáticos cães da raça border collie, treinados para farejar ossadas.

Os cãezinhos (Berkeley, Piper, Mercy e Kayle) já conseguiram encontrar restos mortais enterrados a metros da superfície e com mais de 1.500 anos de idade. “Não há tecnologia mais avançada que esses cães”, disse Tom King, pesquisador do TIGHAR, à revista National Geographic, “tiveram mais sucesso em detectar coisas que radares de penetração no solo”.

Hipótese

TIGHAR trabalha com a hipótese de que a dupla teria pousado em Nikumaroro, que pertence à República de Kiribati e na época se chamava Ilha Gardner, depois de não conseguir encontrar Howland. A distância entre esses pontos é de aproximadamente 500 quilômetros.

Em momentos de maré baixa, Nikumaroro apresenta um recife no seu entorno e esse local pode ter sido usado por Amelia para o pouso. Sobrevivendo à base de água da chuva, peixes, tartarugas e pássaros, a dupla teria tentado enviar sinais de socorro via rádio durante dias, até a aeronave ser varrida pela maré alta.

Uma semana depois do desaparecimento de Amelia e Noonan, uma operação de buscas chegou em Nikumaroro e encontrou sinais de habitação em um local que não era oficialmente habitado desde 1892. Ainda assim, não detectaram nenhuma evidência da dupla.

O fim dos dias da aviadora e seu companheiro navegador seguem uma incógnita, mas o grupo acredita que Amelia tenha morrido em um acampamento improvisado no Sudeste da pequena ilha. Ainda não conseguiram determinar a região onde Noonan pereceu. Quanto ao avião, os destroços estariam no fundo do mar, costa oeste de Nikumaroro.

As evidências parecem estar a favor dessa que é a 12ª expedição de TIGHAR ao Pacífico em busca da dupla. Segundo a National Geographic, nos anos 40, foram encontrados 13 ossos na ilha. Eles foram enviados à Fiji, mas, por razões desconhecidas, acabaram desaparecendo.

Ao longo dos anos, várias pistas que sugerem que Amelia e Noonan estiveram em Nikumaroro foram levantadas, mas os pesquisadores nunca conseguiram confirmar os fatos. Agora, esperam que possíveis novos ossos encontrados pelos animais coloquem fim ao mistério após análises de DNA.

Amelia Earhart

A aviadora Amelia Earhart em 1935

A aviadora Amelia Earhart em 1935 (Staff/Getty Images)

Nascida nos Estados Unidos em 1897, Amelia foi a primeira mulher a voar sozinha sobre o Oceano Atlântico (1932), a primeira pessoa a concluir um voo do Havaí para a Califórnia (1935), e uma das pessoas que mais contribuiu para o desenvolvimento da aviação civil.

Amelia era, ainda, uma defensora dos direitos das mulheres e advogava por uma maior representatividade feminina também na aviação. Foi casada com George Putnam em 1931, mas seguiu se identificando com seu nome de solteira.

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