Washington - A pequena cidade de Ferguson, no estado do Missouri (EUA), viveu esta segunda-feira uma nova noite de distúrbios e confrontos entre polícia e manifestantes após a polêmica morte de um jovem afro-americano no sábado causada por um agente, em circunstâncias ainda a serem esclarecidas.
As concentrações pacíficas no local do fato tornaram-se violentas ao cair a noite, o que obrigou ao desdobramento de uma centena de agentes que usaram balas de borracha e gás lacrimogêneo, explicou o chefe de Polícia da cidade, Thomas Jackson, aos jornalistas.
A poucos metros de onde no sábado o jovem afro-americano Michael Brown morreu, nesta segunda-feira foram ouvidos de novo disparos e alguns manifestantes jogaram pedras contra os agentes.
Outros se aproximaram dos policiais locais com as mãos para o alto e um grito: "Não atirem em nós".
Segundo a polícia do condado de San Luis, o jovem não estava armado, mas "atacou fisicamente" o agente no carro da polícia e tentou tirar-lhe a arma sem sucesso.
A versão dos familiares e de algumas testemunhas é que Brown não exerceu violência contra o agente, mas se mostrou a ele com os braços para o alto antes de ser atingido.
A morte do jovem, que tinha 18 anos e ia começar a universidade, sacudiu uma cidade de 21 mil habitantes que na última década viu como a minoria afro-americana passou a representar dois terços dos moradores, enquanto os brancos são grande maioria entre os governantes e a Polícia.
Os distúrbios começaram na noite do domingo, quando uma vigília em homenagem a Brown se transformou em um protesto violento de centenas de pessoas na qual inclusive houve saques.
Em entrevista na televisão local, o amigo que acompanhava Brown na noite de sua morte, Dorian Johnson, explicou que o agente abriu fogo perante a negativa de Brown de se movimentar do meio da rua para a calçada e ressaltou que o jovem tinha as mãos sobre a cabeça.
A autópsia do jovem mostrou que ele recebeu vários tiros e agora o FBI e as autoridades locais averiguam o fato.
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1. O fim dos Estados Unidos como o conhecemos?
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1/10 (Getty Images)
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2. Cidadania americana
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2/10 (Ali al-Saadi/AFP)
Em 2013, 2999 cidadãos americanos renunciaram a sua cidadania, o maior número da história e um aumento de 753% em relação a 1998
Entre 2012 e 2013, o salto foi gigantesco: de 932 para 2999. Fonte:
Treasury Department/PolicyMic
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3. Mais idas que vindas
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3/10 (Getty Images)
Em 2012, 8 países receberam mais americanos que mandaram seus cidadãos para os EUA, entre eles Brasil, China, Austrália e Chile.
Em 2011, esse “déficit” só tinha ocorrido com 4 países. Fonte:
UniGroup Relocation/Business Insider
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4. Sem religião
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4/10 (REUTERS/Lucas Jackson)
Em 1990, 7,7% diziam não ter nenhuma afiliação religiosa. Em 2012, essa porcentagem chegou a 19,7%. Entre jovens de 18 a 24 anos, 1 entre 3 se diz sem religião. Entre os que se dizem liberais, essa porcentagem chega a 40%. Em 1972, apenas
1 entre 20 não tinha religião. Em 2013,
1 entre 5. Fonte:
General Social Survey
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5. O melhor país do mundo
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5/10 (AFP)
50% dos americanos de 65 anos ou mais acreditam que nenhum país é melhor que os EUA.
Entre os jovens de 18 a 29 anos, essa porcentagem cai para 27%. 12% deles acreditam que há outras nações melhores. Fonte:
Pew Research Center (2011)
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6. Orgulho da América
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6/10 (Stock.xchng)
2 entre 3 idosos nos EUA dizem ter “extremos orgulho da América”. Apenas 2 entre 5 jovens dizem o mesmo. Americanos acima de 50 anos são mais propensos que os europeus (superando-os em 15 pontos percentuais) a falar que “a cultura americana” é superior. Entre os jovens americanos, é ao contrário: são menos propensos que os europeus em afirmar isso. Fonte:
Public Religion Research Institute
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7. Determinismo americano
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7/10 (Jewel Samad/AFP)
Os americanos sempre alimentaram a noção de que, não importando o meio, você poderia vencer e ser rico. Os jovens não pensam assim: eles são mais propensos que os adultos (14 pontos mais) a dizer que, nos EUA, a riqueza se deve mais ao “berço e aos contatos certos” que “ao trabalho, ambição e educação”. Fonte:
Pew Research
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8. Capitalismo x Socialismo
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8/10 (Joe Raedle/Getty Images)
Os adultos dizem preferir o capitalismo ao socialismo com uma vantagem de 27 pontos percentuais. Já os jovens por pouco não preferiram o socialismo em sua maioria. Em 2003, os americanos concordavam mais com a afirmação “o livre-mercado é o melhor sistema” que italianos, alemães ou britânicos. Em 2010,
a situação se inverteu. Fonte: Pew Research e GlobeScan
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9. Senhores das armas
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9/10 (Chung Sung-Jun/Getty Images)
Os adultos americanos acreditam muito mais que os adultos britânicos que o seu país não precisa de aprovação da ONU para ir à guerra (29 pontos percentuais acima). Entre os jovens essa diferença é de apenas 8 pontos percentuais. Jovens americanos
concordam mais com a afirmação "os EUA devem levar os interesses de seus aliados em conta, mesmo que isso comprometa o interesse americano" que os americanos mais velhos (23 pontos percentuais acima). Eles também são muito mais favoráveis à ONU que os mais velhos (24 pontos percentuais acima).
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10. Entenda mais sobre as mudanças nos EUA
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10/10 (Alex Wong/Getty Images)