A vinda da missão da ONU coincide com o frágil cessar-fogo decretado na quinta-feira passada e representou uma diminuição na violência (Uriel Sinai/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2012 às 09h14.
Genebra - Os seis membros da missão de observadores da ONU enviados para Damasco se reunirão nesta segunda-feira com responsáveis do governo sírio de Bashar al Assad e com representantes da oposição para explicar seus objetivos.
"A missão manterá contato hoje com o governo sírio e com as forças da oposição para que as duas partes compreendam o papel dos observadores da ONU", informou, em comunicado, Ahmad Fawzi, porta-voz do enviado especial das Nações Unidas, Kofi Annan.
O porta-voz precisou que os seis observadores que chegaram ontem à noite na capital síria são liderados pelo coronel marroquino Ahmed Himmiche.
"O resto dos 25 observadores chegará nos próximos dias", informou Fawzi, que antecipou que no final desta semana o Conselho de Segurança deverá votar uma nova resolução que autoriza o envio de uma missão ampliada, composta por 250 pessoas, entre elas analistas de direitos humanos.
O Conselho de Segurança aprovou neste sábado por unanimidade a primeira resolução sobre a Síria em treze meses de crise, que determinou o envio de uma missão de observadores internacionais para verificar o cumprimento do plano de paz desenhado por Annan.
A ideia de Annan é que a primeira missão permita o estabelecimento das bases para a chegada de um grupo maior.
A vinda da missão da ONU coincide com o frágil cessar-fogo decretado na quinta-feira passada e representou uma diminuição na violência na Síria, apesar da repressão governamental ter causado a morte de dezenas de pessoas nos últimos quatro dias.
O plano de paz de Annan prevê o fim da violência, a libertação dos detidos, o recuo das tropas das ruas, garantia para a provisão de ajuda humanitária e a abertura de um diálogo político, entre outros pontos.
Desde que começaram os protestos contra o regime de Assad, em março de 2011, mais de nove mil pessoas já morreram, 200 mil foram deslocadas para outros lugares no interior do país e 30 mil se refugiaram em outros países, segundo dados da ONU.