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Ministros visitam Egito para discutir cooperação militar

Novo governo, dirigido de fato pelos militares, provocou o descontentamento dos EUA, ao lançar uma repressão sangrenta contra partidários de Mursi

Mohammed Mursi: reunião ocorre em um contexto de crise política no Egito, quatro meses após a destituição e prisão pelo Exército do primeiro presidente democraticamente eleito (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2013 às 11h23.

Cairo- Os ministros da Defesa e das Relações Exteriores russos e egípcios discutiram nesta quinta-feira uma cooperação militar, uma visita estratégica, dado que os Estados Unidos congelaram parcialmente sua ajuda ao Egito.

A visita de Serguei Shoigu e Serguei Lavrov ao Cairo é, segundo Moscou, a primeira na história a este nível. Isto mostra a importância do encontro no momento em que as relações entre Washington e o novo governo egípcio esfriaram.

A reunião também ocorre em um contexto de crise política no Egito, quatro meses após a destituição e prisão pelo Exército do primeiro presidente democraticamente eleito, o islamita Mohamed Mursi, atualmente em julgamento.

O novo governo, dirigido de fato pelos militares, provocou o descontentamento dos Estados Unidos, aliado histórico, ao lançar uma repressão sangrenta contra partidários de Mursi.

Os ministros russos se reuniram com o ministro das Relações Exteriores Nabil Fahmy e o general Abdelfatah Al-Sissi, ministro da Defensa, vice-primeiro-ministro, comandante em chefe do Exército e homem forte do país desde que anunciou a destituição de Mursi, em 3 de julho.

"Shoigu e Al-Sissi discutiram sobre a cooperação militar", afirmou Lavrov durante uma coletiva de imprensa.

Sobre a transição democrática prometida pelas novas autoridades, Lavrov destacou que a "Rússia é contra toda ingerência nos assuntos internos e (respeita) a soberania do Egipto e o direito do povo egípcio a escolher seu futuro".


Em nível diplomático, Lavrov e Fahmy afirmaram que discutiram as negociações israelo-palestinas, que enfrentam dificuldades.

E a respeito do conflito na Síria, Lavrov, pediu o mais rápido possível a realização de uma conferência internacional para iniciar o diálogo político entre a oposição e o regime de Bashar al-Assad, grande aliado de Moscou.

Ele insistiu que acabar com o conflito beneficia "a estabilidade da região", enquanto Fahmy se declarou "contrário a uma solução militar na Síria" e pediu a "a todas as partes que se comprometam com a busca de uma solução política".

Recentemente, Fahmy declarou à AFP seu desejo de oferecer novas "opções" a seu país depois do congelamento parcial em outubro da ajuda militar, no valor de 1,3 bilhões de dólares anuais, por Washington em represália à repressão do governo aos partidários de Mursi em meados de agosto.

Ao todo, mais de mil manifestantes, em sua maioria islâmicos, foram mortos desde o golpe.

Além disso, mais de 2.000 membros da Irmandade Muçulmana, que venceu com grande expressividade as eleições legislativas de 2011, foram presos em meados de agosto, incluindo quase todos os seus líderes

Os Estados Unidos acordaram bilhões de dólares em ajuda ao Egito desde a assinatura, em 1979, de um acordo de paz com Israel. Uma forma de garantir o respeito a este tratado, o acesso prioritário ao Canal de Suez, e apoiar o país mais populoso do mundo árabe.

Em 3 de novembro, o secretário de Estado americano, John Kerry, viajou ao Cairo para reativar as relações bilaterais, reiterando a disposição de trabalhar com as autoridades interinas.

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Cairo- Os ministros da Defesa e das Relações Exteriores russos e egípcios discutiram nesta quinta-feira uma cooperação militar, uma visita estratégica, dado que os Estados Unidos congelaram parcialmente sua ajuda ao Egito.

A visita de Serguei Shoigu e Serguei Lavrov ao Cairo é, segundo Moscou, a primeira na história a este nível. Isto mostra a importância do encontro no momento em que as relações entre Washington e o novo governo egípcio esfriaram.

A reunião também ocorre em um contexto de crise política no Egito, quatro meses após a destituição e prisão pelo Exército do primeiro presidente democraticamente eleito, o islamita Mohamed Mursi, atualmente em julgamento.

O novo governo, dirigido de fato pelos militares, provocou o descontentamento dos Estados Unidos, aliado histórico, ao lançar uma repressão sangrenta contra partidários de Mursi.

Os ministros russos se reuniram com o ministro das Relações Exteriores Nabil Fahmy e o general Abdelfatah Al-Sissi, ministro da Defensa, vice-primeiro-ministro, comandante em chefe do Exército e homem forte do país desde que anunciou a destituição de Mursi, em 3 de julho.

"Shoigu e Al-Sissi discutiram sobre a cooperação militar", afirmou Lavrov durante uma coletiva de imprensa.

Sobre a transição democrática prometida pelas novas autoridades, Lavrov destacou que a "Rússia é contra toda ingerência nos assuntos internos e (respeita) a soberania do Egipto e o direito do povo egípcio a escolher seu futuro".


Em nível diplomático, Lavrov e Fahmy afirmaram que discutiram as negociações israelo-palestinas, que enfrentam dificuldades.

E a respeito do conflito na Síria, Lavrov, pediu o mais rápido possível a realização de uma conferência internacional para iniciar o diálogo político entre a oposição e o regime de Bashar al-Assad, grande aliado de Moscou.

Ele insistiu que acabar com o conflito beneficia "a estabilidade da região", enquanto Fahmy se declarou "contrário a uma solução militar na Síria" e pediu a "a todas as partes que se comprometam com a busca de uma solução política".

Recentemente, Fahmy declarou à AFP seu desejo de oferecer novas "opções" a seu país depois do congelamento parcial em outubro da ajuda militar, no valor de 1,3 bilhões de dólares anuais, por Washington em represália à repressão do governo aos partidários de Mursi em meados de agosto.

Ao todo, mais de mil manifestantes, em sua maioria islâmicos, foram mortos desde o golpe.

Além disso, mais de 2.000 membros da Irmandade Muçulmana, que venceu com grande expressividade as eleições legislativas de 2011, foram presos em meados de agosto, incluindo quase todos os seus líderes

Os Estados Unidos acordaram bilhões de dólares em ajuda ao Egito desde a assinatura, em 1979, de um acordo de paz com Israel. Uma forma de garantir o respeito a este tratado, o acesso prioritário ao Canal de Suez, e apoiar o país mais populoso do mundo árabe.

Em 3 de novembro, o secretário de Estado americano, John Kerry, viajou ao Cairo para reativar as relações bilaterais, reiterando a disposição de trabalhar com as autoridades interinas.

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