Ministros saem em defesa dos resultados da Rio+20
O secretário-geral da presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que a presidente Dilma se mostrou satisfeita com os resultados atingidos
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2012 às 21h09.
Rio de Janeiro - No dia da abertura oficial da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, ministros que integram a delegação brasileira saíram na quarta-feira em defesa do resultado alcançado no rascunho do documento final, aprovado terça-feira por diplomatas de 193 países em negociação liderada pelo Brasil.
O secretário-geral da presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que a presidente Dilma se mostrou satisfeita com os resultados atingidos em relação aos ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável), a questão racial e do consumo. Ele mudou o tom em relação a possíveis alterações durante as reuniões dos chefes de Estado nos próximos dias.
"É pouco provável que haja uma mudança significativa. Há uma espécie de acordo entre os países até pelo temor de haver algum recuo (em relação ao rascunho do documento)", disse Carvalho, deixando nas entrelinhas a ideia de que o resultado da conferência poderia ser pior.
"Tivemos avanços muito importantes num momento de uma crise em que os emergentes assumem cada vez mais o protagonismo político-econômico e vemos áreas importantes historicamente, como a Europa, vivendo dificuldades econômicas", disse o ministro da Educação, Aloísio Mercadante.
Mercadante fez questão de destacar para a imprensa compromissos assumidos na conferência e que em sua avaliação não receberam a devida importância: o de criar planos decenais de produção e consumo por país; de estabelecer ODS a serem mensurados e aprovados pela ONU; e de incluir critérios ambientais e sociais no conceito do Produto Interno Bruto (PIB).
"Você não pode mais medir a economia só com a produção. Tem que olhar qual a repercussão social do seu padrão de crescimento", disse o ministro, sugerindo a inclusão de indicadores como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e coeficiente de Gini (que mede a desigualdade) no cálculo do chamado "PIB Verde".
Indagado se o peso da energia fóssil na economia brasileira pode trazer ônus ao País nesse novo cálculo, em especial se levado em conta o pré-sal, Mercadante preferiu enfatizar que a matriz energética brasileira é uma das mais limpas do mundo. "É (o pré-sal) uma energia não renovável. Por isso precisamos investir cada vez mais para produzir fontes alternativas que vão permitir ao mundo ter um crescimento futuro pós petróleo."
Para o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, o acordo alcançado entre os diplomatas foi bom por ter preservado as conquistas desde a Rio-92, valorizar o multilateralismo e acolher um conjunto diversificado de propostas.
"Foi um esforço diplomático muito relevante. No nosso coração às vezes gostaríamos de ter avançado mais, mas é preciso relevar os méritos de ter chegado a uma convergência e ter tido a sabedoria de deslocar para o futuro temas que poderiam gerar um impasse", afirmou. O economista considerou saudáveis as críticas da sociedade civil mas disse que como organizador da conferência cabe ao governo brasileiro "lidar com a realidade" nas negociações.
Rio de Janeiro - No dia da abertura oficial da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, ministros que integram a delegação brasileira saíram na quarta-feira em defesa do resultado alcançado no rascunho do documento final, aprovado terça-feira por diplomatas de 193 países em negociação liderada pelo Brasil.
O secretário-geral da presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que a presidente Dilma se mostrou satisfeita com os resultados atingidos em relação aos ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável), a questão racial e do consumo. Ele mudou o tom em relação a possíveis alterações durante as reuniões dos chefes de Estado nos próximos dias.
"É pouco provável que haja uma mudança significativa. Há uma espécie de acordo entre os países até pelo temor de haver algum recuo (em relação ao rascunho do documento)", disse Carvalho, deixando nas entrelinhas a ideia de que o resultado da conferência poderia ser pior.
"Tivemos avanços muito importantes num momento de uma crise em que os emergentes assumem cada vez mais o protagonismo político-econômico e vemos áreas importantes historicamente, como a Europa, vivendo dificuldades econômicas", disse o ministro da Educação, Aloísio Mercadante.
Mercadante fez questão de destacar para a imprensa compromissos assumidos na conferência e que em sua avaliação não receberam a devida importância: o de criar planos decenais de produção e consumo por país; de estabelecer ODS a serem mensurados e aprovados pela ONU; e de incluir critérios ambientais e sociais no conceito do Produto Interno Bruto (PIB).
"Você não pode mais medir a economia só com a produção. Tem que olhar qual a repercussão social do seu padrão de crescimento", disse o ministro, sugerindo a inclusão de indicadores como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e coeficiente de Gini (que mede a desigualdade) no cálculo do chamado "PIB Verde".
Indagado se o peso da energia fóssil na economia brasileira pode trazer ônus ao País nesse novo cálculo, em especial se levado em conta o pré-sal, Mercadante preferiu enfatizar que a matriz energética brasileira é uma das mais limpas do mundo. "É (o pré-sal) uma energia não renovável. Por isso precisamos investir cada vez mais para produzir fontes alternativas que vão permitir ao mundo ter um crescimento futuro pós petróleo."
Para o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, o acordo alcançado entre os diplomatas foi bom por ter preservado as conquistas desde a Rio-92, valorizar o multilateralismo e acolher um conjunto diversificado de propostas.
"Foi um esforço diplomático muito relevante. No nosso coração às vezes gostaríamos de ter avançado mais, mas é preciso relevar os méritos de ter chegado a uma convergência e ter tido a sabedoria de deslocar para o futuro temas que poderiam gerar um impasse", afirmou. O economista considerou saudáveis as críticas da sociedade civil mas disse que como organizador da conferência cabe ao governo brasileiro "lidar com a realidade" nas negociações.