Mundo

Ministros do G20 não chegam a consenso sobre uso de combustíveis fósseis

Reunião na Índia mostra divisão em críticas à Rússia. Países concordam na mobilização de financiamento de baixo custo para a transição energética e no maior uso do hidrogênio azul

As autoridades em Goa também não chegaram a um acordo sobre uma linguagem comum para criticar a Rússia por sua invasão da Ucrânia em 2022 (Anadolu Agency/Getty Images)

As autoridades em Goa também não chegaram a um acordo sobre uma linguagem comum para criticar a Rússia por sua invasão da Ucrânia em 2022 (Anadolu Agency/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 22 de julho de 2023 às 14h20.

A reunião de ministros de energia do G20 na Índia terminou sem um consenso sobre a redução gradual do uso de combustíveis fósseis. Enquanto alguns países concordaram com a necessidade de diminuir gradualmente o uso ininterrupto de petróleo e gás, outros argumentaram que as preocupações com as emissões poderiam ser abordadas por tecnologias de remoção de carbono, de acordo com o documento final da reunião.

"Alguns países do Oriente Médio sentiram que as preocupações com emissões poderiam ser abordadas por tecnologias como captura, uso e sequestro de carbono ou outras tecnologias de redução. Ambos os caminhos são bons", disse o ministro de energia da Índia, Raj Kumar Singh.

Ele acrescentou que, de modo geral, “todos os membros concordaram com a necessidade de enfrentar as mudanças climáticas”.

As conversas, realizadas na província costeira de Goa, tiveram como objetivo definir o tom da transição energética antes da reunião dos líderes do G20 em setembro e da COP28 em Dubai em dezembro.

Os ministros se reuniram enquanto o calor extremo atinge partes da Europa, Ásia e Estados Unidos, incluindo ondas de calor que renovaram recordes de temperatura e levaram a mortes na Índia e em outros lugares. Isso gerou demandas por mais urgência na ação climática e para que as nações assumam um compromisso maior de limitar o aumento das temperaturas globais a 1,5°C.

As negociações na semana passada entre os EUA e a China - os dois maiores emissores do mundo - não resultaram em grandes progressos, embora os países acelerem as discussões e cheguem a algum acordo sobre a necessidade de reduzir o uso de carvão, disse o enviado climático dos EUA, John Kerry.

Falta de consenso

As autoridades em Goa também não chegaram a um acordo sobre uma linguagem comum para criticar a Rússia por sua invasão da Ucrânia em 2022, que abalou as cadeias de abastecimento globais e afetou o fornecimento de energia para muitos países.

O ministro da Economia alemão, Robert Habeck, atacou o primeiro vice-ministro da Energia da Rússia, Pavel Sorokin, por promover uma “visão de mundo distorcida” sobre as origens da crise energética e pela guerra na Ucrânia em geral.

Habeck, que também é ministro da ação climática, participou do encontro como a parada final de uma viagem de três dias à Índia liderando uma delegação de legisladores e líderes empresariais alemães.

A Rússia e a Arábia Saudita se opuseram a um acordo para triplicar a capacidade de geração renovável até 2030, e a China impediu o aumento da cooperação em matérias-primas críticas, segundo Habeck.

Houve unanimidade na mobilização de financiamento de baixo custo para a transição energética, desenvolvimento de tecnologias como hidrogênio limpo, armazenamento de energia, bem como acesso universal à energia, de acordo com o documento da reunião.

O grupo também concordou em considerar o hidrogênio azul – produzido em um processo que emite dióxido de carbono– em pé de igualdade com o hidrogênio verde.

Acompanhe tudo sobre:G20Combustíveis

Mais de Mundo

Decisão judicial pode livrar acusados do 11 de Setembro da pena de morte

Austrália quer proibir menores de 16 anos de acessar redes sociais

Incêndio florestal se alastra próximo a Los Angeles e chamas seguem fora de controle

Com categoria 3, furacão Rafael toca solo no sudoeste de Cuba após causar apagão