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Ministros de UE pedem diálogo entre Rússia e Ucrânia

Os ministros europeus das Relações Exteriores insistem em que o diálogo entre Moscou e Kiev é a única via para alcançar uma solução ao conflito

A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton: ministros realizam reunião extraordinária após desdobramento de tropas russas na Crimeia (AFP/Getty Images)

A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton: ministros realizam reunião extraordinária após desdobramento de tropas russas na Crimeia (AFP/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2014 às 10h07.

Bruxelas - Os ministros europeus das Relações Exteriores, que realizam nesta segunda-feira uma reunião extraordinária após o desdobramento de tropas russas na região autônoma ucraniana da Crimeia, insistem em que o diálogo entre Moscou e Kiev é a única via para alcançar uma solução ao conflito.

"Vamos fazer a máxima pressão para voltarmos à calma, para reabrir o diálogo", indicou à imprensa o titular belga das Relações Exteriores, Didier Reynders, que ressaltou que é necessário dialogar com a Ucrânia para realizar eleições antecipadas, mas também com a Rússia para "evitar a escalada" "vivida nos últimos dias e horas".

A ministra italiana, Federica Mogherini, advogou igualmente por "manter aberto o caminho do diálogo" com a esperança de "garantir uma solução política e diplomática para crise", enquanto seu colega austríaco, Sebastian Kurz, afirmou que "é preciso dar uma oportunidade ao diálogo".

A chefe da diplomacia comunitária, Catherine Ashton, indicou que convocou esta reunião de urgência perante a "muito profunda situação na Ucrânia".

O ministro britânico para a Europa, David Lidington, considerou a situação atual na Crimeia o maior problema de segurança na Europa "desde o fim da Guerra Fria", e assinalou que a Rússia incorreu em uma "flagrante violação" dos acordos internacionais em relação à soberania e integridade territorial da Ucrânia, uma opinião que compartilhou o ministro húngaro, János Martonyi.

Tanto o ministro britânico como o lituano, Linas Antanas Linkevicius, defenderam a necessidade de contatos entre Rússia e Ucrânia para resolver a situação e "diminuir a tensão".

O responsável irlandês das Relações Exteriores, Eamon Gilmore, foi além e mencionou que "o uso de sanções é uma das opções que serão discutidas hoje" no Conselho.


Para o ministro alemão, Frank-Walter Steinmeier, "seria melhor criar transparência sobre o que ocorre no terreno no leste da Ucrânia e na Crimeia em lugar de ter de depender de rumores", e assinalou que por isso seu país propôs o envio de uma missão da OSCE.

Defendeu adotar "mensagens fortes", mas também discutir possibilidades que "ajudem as duas partes em conflito a dialogar", e lembrou experiências anteriores em que mantiveram contatos com diferentes atores internacionais como os europeus, Ucrânia e Rússia e mais sócios como a OSCE.

O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, assinalou que condena a intervenção russa na Ucrânia e vê necessária uma "mediação, um diálogo".

O responsável sueco das Relações Exteriores, Carl Bildt, deixou claro que são "muito firmes na condenação do que é a agressão da Rússia com a ocupação da Crimeia", mas que "por suposto" também buscam "uma solução política".

Em qualquer caso, disse que "é muito difícil que possa haver uma solução política sem a retirada das forças russas de ações ilegais no território de um país europeu independente".

Bildt enfatizou que "o poderio militar não é a maneira de fazer amigos na Europa, no mundo".

Além disso, ele assegurou que a UE pode dar tanto apoio político à Ucrânia como financeiro, acrescentando que uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Comissão Europeia "avaliariam a situação" para verem o que podem fazer.

O ministro sueco falou sobre "a invasão de outros países com o suposto pretexto de proteger seus próprios cidadãos".

"Houve momentos no passado da história europeia em que regimes impiedosos aplicaram essa teoria particular e, por isso, foi um elemento fundamental da paz, ordem e segurança da Europa desde a Guerra Fria refutar essa doutrina particular", disse. 

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