Liam Fox, ministro do comércio: No Reino Unido, tanto conservadores quanto trabalhistas defendem o boicote do acordo
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2018 às 06h55.
Última atualização em 14 de novembro de 2018 às 07h07.
O Brexit, o desembarque britânico da União Europeia, já passou por muitos dias decisivos desde que foi aprovado em referendo popular há um ano e meio. Mas esta quarta-feira marca de fato um ponto crucial para o penoso desligamento. A primeira-ministra britânica, Theresa May, reúne seu conselho de ministros para assinar o plano final do Brexit definido nas últimas semanas com a União Europeia. Com a anuência do conselho, faltaria apenas o aval do Parlamento para o Brexit seguir seu rumo e de fato ser confirmado em março do ano que vem.
O plano a ser apresentado hoje remove um dos grandes pontos de dúvida britânicos: a fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte, o único lugar em que Reino Unido e União Europeia se encontram por terra. O plano, agora, é manter o Reino Unido e a Europa em uma união aduaneira até que novos acordos de fronteira sejam firmados.
Após o apelo inicial de May ser feito nesta quarta-feira, deve ter início um grande lobby junto aos parlamentos britânico e europeu para aprovação do plano nas próximas semanas. No Reino Unido, tanto conservadores quanto trabalhistas defendem o boicote do acordo. Ontem, May convocou um a um seus ministros ao número 10 da Downing Street para convencê-los de que o plano atual é a melhor solução para o emperrado divórcio.
Paralelamente, embaixadores dos 27 países da União Europeia se reúnem hoje em Bruxelas para analisar o texto final do Brexit, que tem mais de 600 páginas. Como definiu o jornal The Sun, é o “começo do fim”. Ontem, manifestantes foram às ruas de Londres pedir uma nova votação popular para por fim à “bagunça do Brexit”. Até o desembarque definitivo ainda há espaço para muito vaivém.